O assunto orientação sexual motivada por comportamentos tem sido um dos principais temas de discussão depois que muitos famosos fizeram revelações a respeito da atração que sentem por outras pessoas e quais critérios usam para escolher seus parceiros.
Giovanna Ewbank, por exemplo, contou ser demissexual, assim como a cantora IZA. Já Bela Gil e a participante do BBB 23, Key Alves, afirmaram que, para elas, pessoas inteligentes são mais atraentes, e que se identificam, por isso, como sapiosexuais. Enquanto outras, como Bruna Marquezine, já pensaram ser assexuadas. Inclusive, o personagem de Thiago Fragoso, Caíque, em Travessia, explicou para a namorada Leonor (Vanessa Giácomo) que é assexual, ou seja, não sente atração sexual por ninguém.
O ex-BBB e especialista em Sexologia pela USP (Universidade de são Paulo) , Mahmoud Baydoun, conversou com o gshow sobre esses termos e também sobre arromântico e grey-a, explicando o significado de cada um deles.
Segundo o sexólogo, a definição sapiosexual é utilizada por aqueles que afirmam só sentir atração sexual por pessoas que são consideradas inteligentes.
“A inteligência ali seria o fator principal da atração sexual dessas pessoas. De fato, características psicológicas como inteligência e outras mais, podem ser um sex appeal para muitas pessoas”, garante Mahmoud.
Para o especialista, foi-se o tempo em que só aspectos físicos eram atraentes. Para essas pessoas, o cérebro pode ser o grande sedutor!
Demissexual é um termo utilizado pelos que só sentem atração sexual por alguém quando estão apaixonados por determinada pessoa.
“Geralmente, elas não são muito fãs de sexo casual, também conhecido como one-night stand“, definiu o sexólogo.
O fato de só haver sexo quando há um envolvimento forte, como a paixão, poderia relembrar os amantes à moda antiga, mais românticos e conservadores. No entanto, Mahmoud afirma que não é a mesma coisa.
O sexólogo completa que há diferenças bem claras entre não fazer sexo no primeiro encontro devido a uma educação reprimida ou traumas do passado e o não fazer sexo por ser demissexual.
Mahmoud explica que são pessoas que sentem vontade de transar com outras pessoas – seja qual for a orientação sexual -, mas não sentem necessidade de se relacionar afetiva ou romanticamente.
Mahmoud explica que ser arromântico também não está ligado a nenhum tipo de trauma do passado. “Isso não acontece por traumas de relacionamentos antigos, já que pessoas com traumas emocionais sentem vontade de se relacionar, mas não conseguem por bloqueios, enquanto arromânticos simplesmente não sentem essa vontade”, concluiu o sexólogo.
Pessoas como o personagem Caíque, de Travessia, que afirma não sentir atração sexual por ninguém, de fato, existem. Na vida real, os assexuais também podem desenvolver sentimentos e se relacionar afetivamente com outras pessoas normalmente. Para elas, a relação romântica não depende do sexo, e por isso assexuais podem ter relações heteroafetivas (com sexo oposto), homoafetivas (do mesmo sexo) ou biafetivas (com ambos os sexos).
Também chamados de assexuais acinzentados, pessoas que se identificam com essa definição se encontram entre os assexuais e os não-assexuais. Desta forma, podem sentir atração sexual inesperada sem precisar de um vínculo forte com outra pessoa, como também podem simplesmente enxergar o sexo como algo irrelevante em suas vidas.
Mahmoud afirma que essa característica é totalmente diferente do transtorno do desejo sexual hipoativo, em que a pessoa está sem desejo sexual, mas sofre por isso, enquanto um assexual não vê o sexo como algo fundamental em sua vida.
Mahmoud Baydoun afirma que, atualmente, existe um ímpeto muito grande entre as pessoas de se caracterizarem, se colocando em categorias em relação à própria sexualidade, o que, na visão do sexólogo, é importante por gerar identificação e pertencimento.
No entanto, o especialista acredita que se colocar em categorias pode ser algo um tanto genérico e arriscado, tirando a verdadeira identidade da pessoa.