Nesta terça-feira (13), o Parlamento Europeu removeu a eurodeputada grega Eva Kaili de seu cargo de vice-presidente da assembleia depois que ela foi acusada de aceitar subornos do Catar em um dos maiores escândalos de corrupção que atingiram Bruxelas.
Embora Kaili tenha negado qualquer irregularidade, os legisladores europeus agiram rapidamente para isolá-la, temendo que a investigação belga prejudique a imagem da assembléia como uma bússola moral sólida em um mundo conturbado. A ex-vice presidente está presa pela polícia belga e era um dos 14 vice-presidentes do Parlamento Europeu.
Os promotores belgas acusaram Kaili e três italianos no fim de semana de participação em uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção.
Durante as buscas, a polícia invadiu vários prédios em Bruxelas, incluindo escritórios do parlamento e 19 residências. Em um desses locais, foi encontrado cerca de 1,5 milhão de euros escondidos em uma mala em um quarto de hotel.
De acordo com uma fonte próxima à investigação, Kaili e os outros acusados teriam embolsado dinheiro do Catar, atual anfitrião da Copa do Mundo de futebol. O estado do Golfo, rico em energia, negou qualquer irregularidade.
O advogado de Kaili na Grécia, Michalis Dimitrakopoulos, afirmou na terça-feira que ela é inocente. “Ela não tem nada a ver com o financiamento do Catar, nada, explícita e inequivocamente”, disse ele à Open TV em um primeiro comentário público.
No entanto, vários eurodeputados pediram que o político socialista de 44 anos deixasse a assembléia. “Dada a extensão do escândalo de corrupção, é o mínimo que poderíamos esperar dela”, afirmou o eurodeputado Manon Aubry, copresidente do grupo Esquerda.
Embora Kaili tenha negado qualquer irregularidade, os legisladores europeus agiram rapidamente para isolá-la, temendo que a investigação belga prejudique a imagem da assembléia como uma bússola moral sólida em um mundo conturbado.
A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, afirmou: “Não haverá varredura para debaixo do tapete. Nossa investigação interna analisará o que aconteceu e como nossos sistemas podem se tornar mais estanques”. A declaração foi feita depois que 625 eurodeputados votaram para privar Kaili de seu cargo de vice-presidente, com apenas um voto contra e duas abstenções.