O Ministério da Saúde destinou equipes de apoio e kits de medicamentos para atender a situação de emergência em Rio Branco, no Acre, após a capital do estado ser atingida por fortes chuvas nos últimos dias e sofrer estragos causados por enxurradas e enchentes. Os kits com 32 tipos de medicamentos são suficientes para o atendimento de até 500 pessoas por três meses. Além dos insumos, técnicos da pasta chegam nesta quinta-feira (30) ao estado para prestar apoio à população afetada pela chuva.
Com a alto índice de precipitação, o nível do Rio Acre subiu mais de sete metros e deixou centenas de famílias desabrigadas ou desalojadas, e outras regiões além da capital, como Epitaciolândia, Assis Brasil e Brasiléia, também sofrem com os danos causados pelas enchentes.
Para atender a situação, o Ministério da Saúde destinou equipes da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), com visita de técnicos do Programa Nacional de Vigilância em Saúde dos riscos associado aos Desastres (Vigidesastres) e do Diretor do Departamento de Emergências em Saúde Pública, Marcio Henrique de Oliveira Garcia.
O kit de medicamentos e insumos é voltado para atender tanto à população atingida por desastres naturais quanto às Unidades de Saúde que perderam seus medicamentos e insumos, ou que tiveram sua estrutura afetada por desastres naturais.
Os insumos incluem, por exemplo, ataduras, esparadrapos, luvas, máscaras e seringas, além de hipoclorito de sódio (solução 2,5%), que pode ser usado para tratar a água para consumo humano. A relação de medicamento permite o atendimento das pessoas atingidas com agravos agudos e crônicos.
Os kits contam, também, com medicamentos da Atenção Básica, antibióticos e antiinflamatórios que podem ser utilizados nas situações secundárias acarretadas pelo alagamento, como doenças respiratórias ou doenças transmitidas por vetores.
Além do Ministério da Saúde, o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) também atua na região, com equipes da Defesa Civil Nacional que vão auxiliar na realização dos planos de trabalho para a solicitação de recursos federais para assistências humanitária, restabelecimento de vias públicas, pontes e até mesmo reconstrução das casas das pessoas atingidas pelo desastre.
O MIDR reconheceu, no último sábado (25), a situação de emergência em Rio Branco, o que permite que os municípios solicitem recursos da pasta para ações que envolvem socorro, assistência às vítimas, restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução de infraestrutura destruída ou danificada.
No domingo, uma comitiva integrada pelos ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, visitou a região. Marina Silva, que é acreana, destacou a importância do trabalho realizado pela Defesa Civil Nacional e garantiu os esforços do Governo Federal na prestação rápida de ajuda às pessoas atingidas.
Como se prevenir das principais doenças causadas pelas inundações:
Tétano acidental
Um dos grandes riscos e agravos de inundações é o tétano acidental. A melhor forma de prevenção é por meio de vacinação, aplicada em três doses e com reforço a cada cinco ou dez anos. O soro antitetânico, em algumas situações, é indicado para prevenção e tratamento.
Para evitar contaminação, proteja mãos, braços, pés e pernas com luvas e botas ao manusear entulhos. A contaminação geralmente acontece por ferimento na pele ou mucosa.
Leptospirose
A transmissão da leptospirose acontece em contato com água ou lama contaminada com a urina de animais infectados, principalmente ratos. No período chuvoso, quando os rios, córregos e a rede de esgoto podem transbordar, esse risco aumenta, pois a água invade tocas de ratos e chega contaminada às residências, podendo contaminar o ser humano.
Evite também que as crianças nadem ou brinquem em ambientes que possam estar contaminados pela urina dos ratos e lave bem as roupas que entraram em contato com água contaminada, se possível, ferva-as.
Doenças respiratórias
No caso de doenças respiratórias transmitidas de uma pessoa para outra pela saliva e pelas secreções respiratórias contaminadas durante a tosse ou o espirro, como meningite, gripe, tuberculose e difteria. Algumas pessoas podem não apresentar sintomas e mesmo assim serem portadoras e capazes de transmitir tais doenças.
A convivência com outras pessoas em abrigos e alojamentos favorece a disseminação dessas doenças, a melhor forma de prevenção é manter os espaços arejados e ter cuidado com a higiene pessoal, com inventivo a lavagem das mãos. Em caso de sintomas de febre, por exemplo, a recomendação é buscar a assistência da saúde.
Água contaminada
Outro risco em casos de enchentes é consumo de água contaminada que pode conter grande quantidade de microrganismos causadores de doenças como cólera, febre tifóide, hepatite tipo A, leptospirose, giardíase, amebíase, gastroenterites, diarreicas e esquistossomose.
As principais medidas para evitar estas doenças é tomar água tratada, da rede de abastecimento, limpar a caixa-d’água a cada seis meses, preparar os alimentos com água própria para consumo humano, lavar as mãos antes das refeições, antes de manipular e preparar alimentos, e após usar o banheiro.
O que fazer se a sua casa ou rua foram inundados?
Caso observe um princípio de deslizamento, avise imediatamente à Defesa Civil e o Corpo de Bombeiros, bem como ao máximo de pessoas que residam na área do deslizamento. Evite o contato com a água e a lama das enchentes, pois elas podem estar contaminadas, e caso não seja possível evitá-las, não fique muito tempo em contato com a água das enchentes. Proteja as mãos e os pés com luvas e botas e, caso não os tenha, use sacos plásticos duplos.
Por último, em caso de acidente com animal peçonhento (serpente, escorpião ou aranha, por exemplo), mantenha a pessoa calma e procure atendimento médico o mais rápido possível. Não faça torniquete e nem aplique substâncias no local da picada.
Edis Henrique Peres
Ministério da Saúde