O Dia Nacional dos Animais, comemorado nesta terça-feira (14), é mais uma data para lembrarmos como os bichos trazem mais alegria e leveza para as nossas vidas. Nas corporações vinculadas à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), alguns homens e mulheres de farda têm o privilégio de terem cães e cavalos também como companheiros de trabalho. Seja no Corpo de Bombeiros Militar Estado do Ceará (CBMCE), na Polícia Militar do Ceará (PMCE) ou na Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), em ações de policiamento ou de resgate, os animais viram uma extensão dos profissionais e alcançam aonde os olhos deles não podem ir.
Na Companhia de Policiamento com Cães (CPCães) do Comando de Policiamento de Choque (CPChoque), da Polícia Militar do Ceará (PMCE), os cachorros podem desempenhar diferentes funções, como detecção de explosivos e entorpecentes, patrulhamento, busca e captura, além do chamado show dog, que são apresentações de adestramento feitas em instituições. Desde filhotes, os animais começam a ser treinados e, dependendo de sua personalidade e aptidões, são encaminhados para a área mais adequada.
Para ser um cão de faro, por exemplo, o cachorro deve ter um instinto de caça mais aguçado, além de demonstrar segurança e ser bastante curioso. Já os que trabalham com show dog não podem ser agressivos, por ter mais contato com o público, diferentemente dos cães de patrulhamento, que devem ter um instinto maior de proteção.
Quando a missão é cumprida, os animais ganham a sua recompensa: um brinquedo ou petisco e o carinho dos colegas de trabalho. Entretanto, para a comandante do CPCães, a capitã Thaisse Viana, é o sentimento de confiança do cão pelo policial que o faz desempenhar bem suas funções. “Ele é o nosso fiel companheiro. O elo entre o policial e o seu cão é extremamente forte. Quando perdemos algum deles é como se perdêssemos algum membro da família”, destaca.
Segundo o comandante da Companhia de Busca com Cães (CBCães) do CBMCE, capitão Eliomar Alves, não há nada que consiga substituir os cães dentro da segurança pública, principalmente no resgate de pessoas. “Em um deslizamento de terra, por exemplo, como vamos saber onde cavar, onde procurar as vítimas? Não há ainda nenhum equipamento que tenha a capacidade de localização de pessoas que um cão tem”, ressalta.
O capitão também destaca a importância da convivência diária do animal com o seu treinador. Na CBCães, são 14 cachorros, sendo cada um responsabilidade de um bombeiro militar diferente. Quanto mais o profissional conhecer os hábitos do cão e sua forma de agir, mais fácil será para ele entender quando o animal encontrar algo diferente durante as missões.
A Delegacia de Narcóticos (Denarc), unidade da Polícia Civil do Estado do Ceará (PC-CE), conta com o pastor belga Shyriu para ajudar na busca de entorpecentes. O delegado adjunto da Denarc, Clever Dias, ressalta que, apesar de o cachorro encarar o “trabalho” como uma brincadeira, o treinamento pelo qual o animal passa é bastante técnico. O animal já ajudou a encontrar grandes quantidades de drogas enterradas, que possivelmente não seriam localizadas sem sua ajuda.
Para o inspetor Dany Nixon, responsável por Shiryu, o sucesso do trabalho está no reforço positivo dado ao cão, que é sempre recompensado ao fim de cada missão. “Tudo começa bem e termina bem”, afirma.
Cavalaria
A PMCE também conta com o reforço de outros “profissionais” de quatro patas. Na Cavalaria da corporação, são 130 cavalos, dentre os quais 60 são utilizados no policiamento montado, na Capital e interior do Estado. Os outros são distribuídos entre projetos sociais, como Equoterapia e Cavaleiros do Futuro, ou são animais aposentados ou potros que ainda não estão aptos para o serviço.
De acordo com a comandante do 1º Esquadrão do Regimento de Polícia Montada (RPMont) da PMCE, capitã Nara Fernandes, os cavalos são imprescindíveis para atividades específicas dentro da segurança pública, como o policiamento do entorno de praças desportivas, grandes eventos e operações de controle de massas. “Graças às vantagens proporcionadas pelo uso do solípede como grande mobilidade, ostensividade, rapidez, visibilidade, flexibilidade e efeito psicológico, esse é um processo extremamente eficiente”, explica.
Embora sejam muitas as diferenças entre cada animal, mesmo quando eles são da mesma espécie, todos esses bichos têm em comum a parceria de respeito e confiança construída com os seus treinadores, que veem nele não um instrumento de trabalho, mas um verdadeiro companheiro de missões.