Joselena Bezerra (ao centro) vivia em situação de rua em Tianguá, no interior cearense, e estava internada no Hospital de Saúde Mental, em Fortaleza, desde setembro de 2022

Mais um reencontro entre paciente e familiares foi viabilizado pelo Serviço Social do Hospital de Saúde Mental Professor Frota Pinto (HSM), vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Em 6 de março, acompanhada pela coordenadora do setor, Jennyfer Nahary, Joselena da Silva Bezerra viajou para o Rio de Janeiro, onde foi recebida pelos quatro irmãos: Maria José, Francisco Eriberto, Rute Maria e Antonia D’arc da Silva Bezerra.

A ex-paciente estava internada no HSM desde setembro de 2022, após encaminhamento do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) do município de Tianguá, onde vivia em situação de rua.

De acordo com a assistente social Anesia Cavalcante, a mãe de Joselena e os demais familiares moravam em Nova Russas, no interior cearense. “Descobrimos que a mãe dela morreu após uma cirurgia e que os filhos foram para o Sudeste, perdendo o contato com os parentes”, explicou.

Dentre as estratégias para localizá-los, Cavalcante solicitou uma divulgação em uma emissora de rádio de Nova Rossas. De férias no local, a cunhada da irmã da paciente ouviu a mensagem. Em seguida, o Serviço Social do HSM foi acionado.

Por meio da articulação realizada entre Veridiana Ferreira, outra assistente social da unidade, e a Célula de Benefícios da Secretaria dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDDHS) de Fortaleza, foi possível obter as passagens.

Joselena e Jennyfer Nahary embarcaram em uma viagem em busca do tão esperado encontro entre paciente e familiares. “Estamos muito felizes; procurávamos a nossa irmã há 30 anos. Já tínhamos voltado ao Ceará algumas vezes para tentar encontrá-la e não conseguimos. Não tenho palavras para expressar a alegria por vê-la”, disse Maria José.

Contribuir para o retorno de pacientes ao convívio familiar, após anos de ausência, é um dos desafios do Serviço Social do HSM. O setor vem trabalhando diariamente para subtrair a prática de institucionalização de pessoas assistidas no serviço de saúde. “É muito gratificante fazer parte de um processo de desinstitucionalização de pacientes voltar a ter suporte familiar depois de tanto tempo. Isso nos motiva a buscar melhorias e qualidade na assistência ao usuário”, destacou Jennyfer Nahary.