Tomou posse nesta sexta-feira (3/3) o novo diretor do Instituto Nacional de Câncer: Roberto de Almeida Gil. Médico oncologista e oriundo do próprio instituto, Roberto assume com a missão de posicionar a instituição, em alinhamento com o Ministério da Saúde, na assistência em rede do SUS para a detecção precoce e tratamento, além do desenvolvimento de tecnologias e formação de mais profissionais especializados para os vários tipos da doença. O câncer é a principal causa de mortes no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde.
Após a assinatura do termo de posse, a ministra Nísia Trindade fez questão de destacar a importância dos trabalhadores do Inca e da promoção do ambiente democrático na parceria para nova gestão. A titular da Saúde falou da alegria de promover avanços na política oncológica ao lado de um profissional com histórico de dedicação ao instituto, que tem papel central na política de saúde do governo federal. “O Inca, que é referência nacional, terá um papel de maior destaque. Queremos reforçar uma agenda de assistência para todo o SUS e também para a cooperação internacional. Começamos pelo Rio de Janeiro, mas o Inca é nacional. Precisamos do Inca para o Brasil”, disse.
Nísia Trindade admitiu que os desafios são muitos, mas possíveis e ressaltou a necessidade da pesquisa e inovação promovidas pelo instituto. Falou ainda que a participação na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) é fundamental para a agenda estratégica do país. A ministra revelou preocupação com ameaças a importantes marcos que foram conquistados, como o controle do tabagismo e doenças associadas, cuja regulamentação dos cigarros eletrônicos pode trazer prejuízos às conquistas obtidas.
“Queremos contar com o Inca em todo esse processo, não podemos permitir retrocessos. Temos que ser firmes, assim como na questão da alimentação saudável”, enfatizou. Nísia também sinalizou a retomada de importantes instrumentos de participação democrática, como o Conselho Consultivo do Inca (Consinca) e a composição da Comissão Nacional para Implementação da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (Conicq).
Em seu discurso de posse, o diretor Roberto de Almeida Gil lembrou do início da carreira profissional quando fez residência médica em oncologia e, depois, em 1981, ingressou no Hospital do Câncer. Uma carreira que vivenciou a transformação e o fortalecimento da oncologia no país e que, agora, enfrenta novos desafios. “O câncer está se tornando a principal mortalidade do mundo. A OMS estima que 6 milhões de mortes prematuras poderiam ser evitadas com conscientização, planejamento e controle. Queremos reforçar nosso papel de instituto, trabalhando em parceria com o ministério, que adotou o câncer como uma de suas prioridades”, garantiu.
O médico afirmou que há a necessidade de linhas de cuidados em todas as etapas da doença, para reverter o aumento dos custos de estágios mais avançados. Além disso, ele falou da importância de investimentos no tratamento inicial, ainda na atenção básica.
De acordo com o secretário de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães, o Inca será parceiro na política nacional de saúde especializada, que está em desenvolvimento. “Começamos com a intervenção na questão das filas, pela angústia que gera nas famílias brasileiras. Pactuamos com Conass e Conasems. Estamos produzindo uma política ousada, inspirada nos novos tempos, para dar um passo importante e, cada vez mais, consolidar o SUS. A população brasileira merece isso”, ressaltou.
Também participaram da solenidade o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, Carlos Gadelha e autoridades das secretarias estadual e municipal do Rio de Janeiro.
Juliana Oliveira
Ministério da Saúde