“É uma agenda de trabalho reconhecendo o valor de todos e todas as trabalhadoras do SUS.” Com essa declaração, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, abriu a agenda desta quinta-feira (1°) na Casa de Saúde Indígena (Casai) de Boa Vista (RR). Ela retorna para ver de perto os trabalhos desenvolvidos ao longo do mês de fevereiro no enfrentamento à crise humanitária gerada por anos de desassistência no Território Yanomami.
Muitas ações avançaram no local desde a última semana de janeiro, quando foi declarada a Emergência em Saúde Pública de importância Nacional (ESPIN). “Me deu muita emoção, fiquei bem feliz de ver as crianças sorrindo, sem medo de quem chegava, e também em melhores condições nutricionais”, comemorou Trindade em reconhecimento ao esforço conjunto de todas as organizações que integram o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE Yanomami).
A ministra foi ao Hospital de Campanha da Força Aérea Brasileira, montado na aérea externa da Casai. Lá, ela ouviu relatos do major Felipe Figueiredo sobre os atendimentos e o funcionamento do local. Até 27 de fevereiro, foram 1.622 atendimentos no HCAMP, principalmente de crianças. Em seguida, Nísia visitou a sala na qual são atendidas as crianças com desnutrição grave e onde é preparada a fórmula para suplementação desenvolvida pelo grupo de nutrição no âmbito do COE Yanomami.
A ministra lembrou que os desafios impostos por essa crise humanitária são muito grandes e não se furtou a olhá-los de perto nesta nova estada em Boa Vista. Depois de ouvir os relatos das equipes, ela fez uma breve conversa com duas das lideranças indígenas locais, Dário Kopenawa e Júnior Hekurari. Eles ressaltaram a importância de ouvir a população indígena, especialmente em circunstâncias delicadas como essa. Novas conversas com as lideranças devem ocorrer na visita ao polo de Surucucu nesta quinta-feira (2).
UBS e hospitais também foram visitados
A agenda desta quarta incluiu ainda uma visita da ministra à Unidade Básica de Saúde (UBS) Enfermeiro Vanderly e ao Hospital da Criança Santo Antônio. “Não é só uma visita, é uma agenda de trabalho reconhecendo o valor de todos e todas as trabalhadoras do SUS e o empenho da prefeitura”, ressaltou Nísia Trindade após conhecer as instalações.
Em uma das enfermarias, ela conversou com o tradutor Richard Duque, que atua com as famílias indígenas dentro do hospital. A ministra também falou com os profissionais de saúde e com algumas mães de crianças internadas.
O dia dela foi encerrado após uma reunião com o governador do estado de Roraima. Integram a comitiva para estes dois dias de trabalho em Boa Vista, os secretários Weibe Tapeba, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai); Nésio Fernandes, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps); Helvécio Magalhães, da Secretaria de Atenção Especializada (Saes); Ethel Maciel, da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (Svsa).
Jéssica Gotlib
Ministério da Saúde