Existem mais de 200 tipos de HPV e pelo menos 12 destes são chamados de oncogênicos. Isso significa que eles apresentam potencial para desenvolver lesões precursoras que, se não forem tratadas, podem progredir para o câncer, sobretudo no colo do útero, mas também na vagina, vulva, ânus, pênis, orofaringe e boca. Os tipos 16 e 18 são responsáveis por aproximadamente 70% dos casos de câncer do colo do útero.
Antes da doença propriamente dita, ocorre um longo período de fase pré-câncer, com o aparecimento de lesões que geralmente podem ser tratadas e curadas, quando identificadas de forma precoce, sem que ocorra o desenvolvimento de um câncer. Na fase precursora ou nos casos de câncer inicial, os sintomas podem ser inexistentes.
Em casos mais avançados pode ocorrer sangramento vaginal em momentos diversos ou após a relação sexual, além de secreção vaginal anormal, dor abdominal associada a problemas urinários ou intestinais, dores persistentes nas costas, perna ou pélvis, inchaço de uma perna ou ambas, perda de peso, fadiga e perda de apetite.
O câncer do colo do útero tem uma evolução lenta, podendo levar até 20 anos para se manifestar em mulheres imunologicamente competentes. Em mulheres com comprometimento da imunidade, a evolução pode ser mais rápida.
Diagnóstico
Uma importante estratégia de prevenção é o rastreamento do câncer do colo do útero, atualmente realizado no Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do exame citopatológico em mulheres de 25 a 64 anos e que já iniciaram a atividade sexual. A recomendação é que o exame seja feito a cada três anos e, após dois exames consecutivos com resultados normais, num intervalo de um ano entre eles.
Para o diagnóstico do câncer do colo do útero e lesões precursoras, o SUS disponibiliza os seguintes testes:
- História clínica e exame pélvico: exame especular da vagina e colo do útero, toque vaginal e toque retal;
- Exame citopatológico, conhecido também como exame preventivo (papanicolau);
- Colposcopia: exame que permite visualizar a vagina e o colo do útero com um aparelho chamado colposcópio, capaz de detectar lesões anormais nessas regiões;
- Biópsia: se células anormais são detectadas no exame preventivo e a colposcopia identifica achados anormais, é necessário realizar uma biópsia, com a retirada de pequena amostra de tecido para análise no microscópio.
Nos casos de lesão precursora, podem ser indicados tratamentos locais para solucionar o problema inicial. Já em casos de câncer, podem ser recomendadas a cirurgia, a braquiterapia, a radioterapia, a quimioterapia ou a imunoterapia. O tratamento a ser indicado considera o estádio da doença e a idade, entre outros fatores.
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Saiba mais sobre as IST
Na última sexta-feira (17), o Ministério da Saúde lançou a campanha “Voltou o carnaval e com camisinha a alegria é geral”. O objetivo é promover ações de prevenção às Infecções Sexualmente Transmissíveis durante o período de folia. No mês de fevereiro, uma série de publicações sobre IST estarão disponíveis no portal gov.br/saude. Acompanhe.
Fran Martins
Ministério da Saúde