Para admissão, pacientes devem ser encaminhados por Centro de Atenção Psicossocial ou outros equipamentos de saúde, via Central de Regulação
Novidade em uma unidade de saúde do Interior, a Clínica Psiquiátrica do Hospital Regional do Vale do Jaguaribe (HRVJ), em Limoeiro do Norte, assiste pacientes com dependência de álcool e outras drogas – considerada doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O setor foi inaugurado em 22 de setembro de 2022.
J. L., de 26 anos, é dos pacientes em tratamento na estrutura vinculada à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa). Ele é usuário de maconha, cocaína e álcool há quatro anos. A mãe do jovem, V. F., encontrou no HRVJ um serviço humanizado para acolher o filho. “Antes, precisávamos ir a Fortaleza ou a algum lugar mais distante. Aqui, é mais acessível para as cidades do Vale do Jaguaribe. A chegada da Clínica Psiquiátrica foi uma bênção”, avaliou a auxiliar de Nutrição.
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Ela elogia ainda o livre acesso de pacientes psiquiátricos na unidade, comparando o serviço a outros pelos quais o filho já passou.
Admissão e tratamento
Para admissão no HRVJ, pessoas com transtornos mentais relacionados ao uso abusivo de álcool e outras drogas devem ser encaminhados de Centros de Atenção Psicossocial (CAPSs) ou de outras unidades de saúde, via Central de Regulação.
“O tratamento é feito tão logo o paciente é admitido. Se ele ou ela estiver passando por sofrimento mental, a Clínica faz esse acompanhamento com a internação breve. Depois, o seguimento da assistência é feito no município de origem”, explica o médico psiquiatra Antonio Carlos.
Diálogo e escuta qualificada
As equipes de Enfermagem prestam atendimento holístico a pacientes e familiares, da internação até a alta hospitalar. Assim, estabelece-se uma relação de proximidade, confiança e segurança, conexão que ajuda na promoção da saúde, com terapia centrada na pessoa. As estratégias auxiliam na mudança de condutas e na adesão ao tratamento.
João Gabriel Cordeiro de Brito é enfermeiro especialista em Psiquiatria. Ele destaca a existência de uma oscilação de atendimento para adictos. São, em média, seis pacientes por mês, com tempo de internação entre sete e 15 dias. “O acompanhamento de pessoas com transtornos psiquiátricos, sejam eles pelo uso abusivo de substâncias ou não, sempre exige muito do familiar, que, muitas vezes, adoece também nesse processo”.
Por meio do diálogo e da escuta qualificada, pontua Brito, é possível identificar as fragilidades e sinalizar a necessidade de uma assistência psicológica. Os sintomas mais comuns são: medo, tristeza, ansiedade, depressão, raiva, angústia, desânimo, cansaço e procrastinação.