A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, participou, na manhã desta quarta-feira (15), de uma reunião com o presidente da Central Única das Favelas (Cufa), Preto Zezé. O objetivo foi definir estratégias de atuação, em uma parceria entre Ministério e Cufa, para o território Yanomami. Durante a reunião, Nísia destacou a importância de se articular as ações para atender a Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional nas terras indígenas. “Ter essa ação solidária, em conjunto com a sociedade, é algo muito importante”, defendeu a ministra.
O encontro também contou com a presença do coordenador da Frente Nacional Antirracista, Anderson Quack; com o secretário de Saúde Indígena (Sesai), Ricardo Weibe Tapeba; do assessor especial Valcler Rangel e do coordenador de projetos do Ministério da Saúde, Luiz Eduardo Batista.
Nísia destacou, durante a conversa, a importância de se debater as questões estruturais que dificultam a implantação da Política Nacional (de Promoção da Saúde) e ressaltou alguns compromissos, como a reforma dos polos de Surucucu. “Vivemos uma emergência (causada) por desassistência ao povo Yanomami”, observou.
A titular da Pasta da Saúde também apontou que o Ministério atua com a presença da Força Nacional do SUS. “Seja com a alimentação dos pacientes em casos graves de desnutrição, mas além disso, com ações que serão importantes a médio prazo”, afirmou.
Durante a apresentação, o presidente da CUFA detalhou algumas ações já realizadas pelo movimento. “Visitamos a Casai (Casa de Apoio à Saúde Indígena), fomos ao polo de Surucucu, e conseguimos nos mobilizar para arrecadar doações de alimentos específicos (consumidos na cultura indígena), e também para doar uma máquina de lavar para a Casai e sandálias para os internados e acompanhantes. Os itens foram entregues à Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) para distribuição”, apontou.
A CUFA também pretende mobilizar a doação de mosqueteiros – uma sugestão dada pelo secretário Weibe Tapeba, para reforçar o combate à malária nas aldeias. “O Território Yanomami tem pontos de difícil acesso, com uma grande diversidade de povos, comunidades em isolamento voluntário, diversos dialetos e sofre com a fragilidade das políticas de proteção das Terras Indígenas. Nos últimos dias, apenas descortinamos e entendemos a dimensão dos desafios”, avaliou o secretário da Saúde Indígena.
A expectativa é que o contato entre Ministério, CUFA e a Frente Nacional Antirracista continue nos próximos dias, com o ideal de produzir um plano de ação, que será apresentado para a aprovação do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Igualdade racial
A ministra Nísia aproveitou o momento de debate para apresentar Valcler Rangel, assessor especial da saúde dos territórios vulneráveis, favelas e periferias; e Luiz Eduardo Batista, da coordenação da saúde da população negra. “Essas agendas de trabalho vão unir a questão da saúde, da igualdade racial e do combate ao racismo estrutural. Aproveitamos e já antecipamos novas agendas de trabalho”, finalizou a ministra.
Edis Henrique Peres
Ministério da Saúde