Confundido muitas vezes com Parkinson, por conta dos sintomas semelhantes, o tremor essencial (TE) é uma doença causada por desordem neurológica do movimento que geralmente afeta as mãos, mas que também pode afetar a cabeça, a voz e as pernas. Caracterizado por espasmos involuntários, cerca de 20% da população acima de 65 anos pode ter a doença em algum momento da vida, de acordo com o Ministério da Saúde, sendo que não há prevalência sobre gêneros específicos.
Os tremores essenciais costumam acontecer quando a pessoa está em movimento e diminuírem quando a pessoa está parada, ao contrário do Parkinson, que se manifesta, principalmente, nos momentos de repouso. Mesmo sendo menos conhecido, o TE consiste em um tremor patológico comum, tanto que é uma das desordens do movimento mais frequentes.
Os sintomas de tremor essencial podem piorar com o tempo, mas por não ser uma doença degenerativa progressiva, não necessariamente abreviam o tempo de vida do paciente, como no caso da doença de Parkinson, com a queda na produção de dopamina. A doença de Parkinson (DP) é uma das doenças neurológicas mais comuns da atualidade — atinge todos os grupos étnicos e classes socioeconômicas. Estima-se uma prevalência de 100 a 200 casos por 100 mil habitantes, com maior incidência na população mais idosa.
Características
Para muitas pessoas, o TE pode se manifestar de maneira mais branda e sem causar interferências na rotina. Em casos graves, porém, pode comprometer o desempenho de atividades corriqueiras. Por isso, é importante procurar um médico para avaliar a condição, caso o tremor evolua.
O distúrbio começa, geralmente, com tremores de baixa amplitude, que podem ter uma frequência maior, ou seja, com muitas repetições por segundo. À medida que a doença progride, o que pode acontecer com a idade, os tremores em si podem tornar-se mais graves, mas com frequência menor.
É comum que os episódios piorem em situações de nervosismo, estresse emocional, assim como após o exercício físico. Em geral, os tremores cessam ou diminuem com o repouso e também podem acarretar problemas de equilíbrio, que são mais raros.
É recomendável instituir o tratamento sintomático no momento do diagnóstico. A escolha do medicamento mais adequado deverá levar em consideração fatores como estágio da doença, sintomatologia presente, ocorrência de efeitos colaterais, idade do paciente, medicamentos em uso e o custo.
No Sistema Único de Saúde (SUS), a assistência ao paciente com doença neurológica está prevista na Portaria GM/MS nº. 1.161 de 7 de julho de 2005, que instituiu a Política Nacional de Atenção ao Portador de Doença Neurológica.
Esta política permite aos estados e municípios organizar e desenvolver estratégias de promoção de qualidade de vida, educação, proteção e recuperação da saúde, entre outros fatores, que perpassam pelos níveis de atenção (atenção básica e especializada).
Atualmente, o Brasil conta com 283 estabelecimentos de saúde habilitados em alta complexidade em neurologia.
Karol Ribeiro
Ministério da Saúde