“A agenda que trazemos hoje é a agenda de como o Ministério da Saúde pode retomar a tradição de ser baseado na ciência, para reconstrução do SUS e de cooperação internacional.” Assim a ministra da Saúde, Nísia Trindade, abriu o encontro com a comunidade acadêmica da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo (SP), nesta terça-feira (7). Em um auditório lotado da Faculdade de Medicina, Nísia falou para estudantes, professores, diretores e membros da reitoria.
“Expressamos a nossa alegria e esperança de ter à frente do Ministério uma pessoa que representa tão bem a saúde pública. Ressaltamos o fato de ser a primeira mulher a comandar a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a primeira a chefiar o Ministério da Saúde. É um orgulho imenso vê-la abrindo portas para a universidade”, destacou a diretora da Faculdade de Medicina da USP, Eloisa Silva Dutra de Oliveira Bonfá.
A diretora ressaltou a capacidade de cooperação da universidade com o SUS, o desenvolvimento de pesquisas e inovações para o sistema, como ações de telessaúde, produção de insumos e medicamentos. “Um país sem ciência é um país sem futuro”, reforçou Eloisa.
O complexo de medicina da USP é responsável por mais de um terço da assistência de alta complexidade na cidade de São Paulo e teve papel fundamental no enfrentamento à pandemia da Covid-19 – foram mais de 10 mil pacientes em estado grave tratados pelos serviços públicos de saúde da universidade.
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, falou sobre a importância da cooperação com o Ministério da Saúde. “Estamos aqui para oferecer tanto ações estruturantes, quanto ações emergenciais para o SUS”, defendeu.
A ministra Nísia Trindade aproveitou a oportunidade para reforçar uma das prioridades do Ministério da Saúde: retomar as coberturas vacinais.
“Quero mencionar que é fundamental pensarmos que retrocedemos em várias áreas nos últimos anos. É inadmissível que o Brasil não retome as coberturas vacinais e isso foi fruto de uma campanha negacionista que tivemos no último governo. Quero conclamar todos e todas para que, juntos, integremos um movimento nacional pela vacinação”, afirmou a ministra.
Por fim, Nísia ressaltou as prioridades da nova gestão. “O Ministério da Saúde tem uma linha de condução e orientação do presidente Lula, que é recuperar a coordenação nacional, ampliar o acesso de qualidade ao SUS, principalmente para a população mais pobre. […] Diante da complexidade do Brasil, o Ministério da Saúde será orientado pelas melhores evidências científicas, a serviço do SUS e da democracia”, finalizou.
União e cooperação
Nesta terça (7), a ministra também visitou o Instituto do Coração (Incor) na capital paulista e conheceu o complexo hospitalar referência em atendimentos cardiovasculares de alta complexidade pelo SUS.
Além de ser um pólo de atendimento, o Instituto do Coração, que é parte do Hospital das Clínicas da USP, também se destaca como um grande centro de pesquisa e ensino. “É um orgulho conhecer a excelência do trabalho, que é do SUS, e também poder pensar no futuro, como o exemplo do Incor pode contribuir para a saúde de qualidade para todo Brasil. Esse é meu compromisso e prioridade. As ações de curto prazo estarão combinadas a uma visão estruturante”, disse a ministra, durante a visita. Ela foi recebida pelo presidente do instituto, Roberto Kalil, além de diretores e colaboradores.
A cooperação com o SUS, dentro de inovações, novas tecnologias e pesquisas científicas, também foram temas da visita da ministra Nísia Trindade ao Hospital Sírio Libanês, nesta terça (7). O hospital é uma das entidades reconhecidas como “Hospitais de Excelência” (HE) pelo Ministério da Saúde, que cumprem os requisitos para a apresentação de projetos de apoio ao SUS (ProadiSUS).
O diálogo e a interlocução permanente com o setor privado da saúde é um compromisso que vem desde o período da transição de governo e busca conhecer e debater ideias de diferentes origens, visando sempre o aperfeiçoamento do Sistema Único de Saúde.
“Nós já temos uma forte colaboração com o Sírio Libanês, com o Proadi. Mas acho que essa parceria pode ir além, pensando no futuro, como a telessaúde e ampliação dos atendimentos especializados”, reforçou a ministra.
Ministério da Saúde