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Ministério da Saúde envia 40 novos voluntários da Força Nacional do SUS para Roraima

A partir desta sexta-feira (3), novos voluntários da Força Nacional do SUS desembarcam em Boa Vista (RR) para reforçar as ações de enfrentamento à situação de emergência em saúde pública de importância nacional que atinge a população Yanomami. Ao todo, 40 profissionais — entre nutricionistas, farmacêuticos, assistentes sociais, médicos e enfermeiros – habilitados no programa do Ministério da Saúde, vão compor nove equipes multidisciplinares focados nos atendimentos prestados na Casa de Saúde Indígena (Casai) e percorrer três polos de atendimento de saúde nos territórios indígenas de Auaris, Surucucu e Missão Catrimani. Os grupos de profissionais desembarcam na região até domingo (5).

Os novos voluntários vão integrar equipes para atuar na busca ativa dos pacientes. Para isso, os profissionais vão passar por treinamentos específicos para casos de desnutrição e malária. Uma medida fundamental, de acordo com a coordenadora do Centro de Operações Emergenciais (COE) – Yanomami, Ana Lúcia Pontes. “Com a dificuldade de deslocamento nas regiões, muitas vezes, os doentes só procuram atendimento em estágio muito grave, o que aumenta o risco de óbitos”, explica a médica sanitarista e pesquisadora da Fiocruz.

O Brasil conta com 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas, os Dseis, para atendimento dessas populações. Dentro deles funcionam os polos de saúde indígena, normalmente compostos por agentes de saúde indígena e unidades básicas de saúde indígena (UBSI). No Dsei de Yanomami, em Roraima, deveriam funcionar 31 polos, com 37 UBSI, abrangendo a população de 30 mil indígenas. Entretanto, com avanço da ocupação ilegal de garimpeiros nesses territórios e a desassistência em saúde, quatro polos foram fechados e os demais tiveram suas estruturas e funcionamento comprometidos nos últimos anos.

Além disso, os dados gerais são preocupantes. Dos 6 mil casos de malária registrados no Dsei Yanomami, em 2018, estima-se que, atualmente, o número saltou para 20 mil. Para Ana Lúcia, esse cenário afeta, principalmente, crianças menores de 9 anos e gestantes. “Cerca de 50% das crianças têm desnutrição moderada e grave. No caso das gestantes, o dado é de mais de 40%, entre as que fizeram algum tipo de acompanhamento. Os números são críticos, sendo que os dados de mortalidade mostram que as principais causas são de doenças diarréicas, respiratórias e malária, ou seja, quadros que podem ser evitados”, salienta.

COE

O trabalho do novo grupo da Força Nacional do SUS terá a duração média de 14 dias. A articulação e planejamento das ações de enfrentamento à crise humanitária sofridas pelos Yanomamis está sob a coordenação do Centro de Operações Emergenciais (COE), instituído pelo Ministério da Saúde e coordenado pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai), com a participação da Defesa civil; Casa civil da presidência da república, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Ministério da Defesa, Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministério do Desenvolvimento Social e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Além dos voluntários, o COE também coordena a distribuição de alimentos, a reposição de insumos de saúde e o envio de estruturas móveis de internet que vão melhorar a comunicação com os polos de saúde. Durante os atendimentos, os pacientes em situação mais grave são encaminhadas para os hospitais de referência. Os casos de desnutrição, por serem crônicos, precisam de acompanhamento contínuo. Só na Casai, os voluntários da Força Nacional do SUS garantiram 241 atendimentos.

Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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