O primeiro de seis episódios da série documental Porto Brasil trata da história dos portos do Ceará e mostra a sede principal do Fisco Estadual (Sefaz-CE), que abriga o Centro de Memória da Fazenda (CM). Situado na avenida Alberto Nepomuceno, 2, no Centro de Fortaleza, o prédio se localiza nas proximidades do antigo Porto de Fortaleza, o qual será abordado nessa primeira parte do documentário.
“Fazer parte dessa série documental é um importante resgate para a memória institucional da Sefaz, que veio se situar à beira-mar justamente no momento em que a tributação do comércio exterior respondia por parte significativa da arrecadação do Estado”, afirma a supervisora do Núcleo de Cidadania Fiscal (Nucif), Clarissa Barroso.
Conforme o diretor de Porto Brasil, Heraldo Cavalcanti, a sede da Sefaz foi escolhida pelo papel de testemunha e símbolo para a história dos portos e da economia do Ceará. “O prédio histórico faz um traçado do antigo Porto de Fortaleza, porque há, na construção, a torre de observação (torrinha), que servia para visualizar os navios que paravam no Porto, e, em frente, os trens que vinham da Estrada de Ferro de Baturité, os quais traziam os produtos a serem exportados pelo Porto. Além disso, no saguão do prédio, existe o excepcional vitral que retrata esse momento histórico e a riqueza do algodão e do café.”
A historiadora e coordenadora do Núcleo Educativo do Centro de Memória, Thayane Oliveira, comenta a relação da Receita Estadual com fatores históricos do Ceará. “A Secretaria da Fazenda está localizada nessa região porque era estratégico estar próximo ao porto, onde ela poderia fiscalizar as mercadorias que chegavam e saíam. Buscamos demonstrar como o desenvolvimento dessa região, da economia e da circulação de mercadorias, tanto no Porto de Fortaleza como nos trilhos do trem, está ligado à Secretaria e à história do Estado”.
Também participa do documentário o historiador e educador do CM, Fabrício Monteiro, que destaca o tombamento do edifício-sede pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Ceará em 1982 e a valorização da memória. “A educação patrimonial busca tornar esse edifício visível, não só pelo que ele é, mas pelo que ele pode propiciar de reflexões. O tombamento possibilita às pessoas vivenciar experiências em contato com uma edificação que faz parte da história delas.”
As gravações da série tiveram início nessa terça-feira (2) e vão até 15 de maio. Realizada pela produtora Gavulino Filmes, com recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), gerenciado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), a série terá a primeira exibição no Canal FDR – Fundação Demócrito Rocha.
