Promover e fortalecer a cultura de paz, o diálogo, o respeito à diversidade dos modos de pensar e agir são os objetivos centrais dos Círculos de Construção de Paz, que a Secretaria da Proteção Social (SPS) vem desenvolvendo no dia a dia das unidades de atendimento e assistência social do Estado. A nova cultura está sendo disseminada a partir de uma metodologia de abordagens pedagógicas e terapêuticas, ministradas a servidores e colaboradores, em cursos e oficinas de Justiça Restaurativa e Círculo de Paz para situações menos complexas.
Nesta semana, a SPS realiza, até esta quinta-feira (20), no auditório da Pasta, o segundo curso para profissionais dos Complexos Mais Infância, ABCs, Casa da Criança e Adolescente, Cras, Creas e técnicos dos sistemas de proteção social e socioeducativo. Após a capacitação, o novo conceito é repassado pelos multiplicadores em centros comunitários, abrigos e demais unidades, para crianças, jovens e familiares. O foco é quebrar a lógica simplista de olhar o mundo pelas janelas da punição, da negligência e da permissividade, e adotar a cultura da disciplina social restaurativa.
“A cultura de paz é uma cultura que percebe e vivencia a solução de conflitos por meio do diálogo e sem violência em todas as formas: física, social, psicológica, econômica. E isso tem uma dimensão de extrema importância, sobretudo quando tratamos de pessoas mais vulneráveis, como crianças e adolescentes”, destaca a titular da SPS, Onélia Santana. “Essa é uma metodologia que rompe o ciclo de violência, que busca promover a paz, a partir do respeito à vida e à dignidade das pessoas, sem discriminação”, acrescenta a assessora Especial do Gabinete da SPS, Cristiane Holanda.
Divisor de águas
Valdelice Maciel, assistente social do Centro Comunitário São Vicente, na Aldeota, ressaltou o significado dos círculos de construção da paz à formação dos técnicos e conscientização das famílias do bairro. “Os círculos de paz têm sido muito positivos, tanto para nós multiplicadores, quanto para os jovens e famílias participantes das ações do Centro. É um conceito muito desafiador, que vem quebrando paradigmas”, destacou, ao concluir a segunda oficina de multiplicação da cultura de paz na instituição.
“As oficinas de cultura de paz são um divisor de águas para nós e nossos jovens. Nos encontros, as pessoas se abrem, falam da violência do dia a dia, da paz que buscam, sem julgamentos. É um divã comunitário para nossas crianças e jovens”, complementa a agente administrativa do ABC, do Conjunto Palmeiras, Milena Passos. “O próximo encontro que vamos realizar será com as famílias do bairro”, sinaliza.
A cultura de paz se refere aos valores necessários e essenciais à vida democrática: igualdade, respeito aos direitos humanos e à diversidade cultural, justiça, liberdade, tolerância, diálogo, reconciliação, solidariedade, desenvolvimento e justiça social. O conceito está alinhado à concepção da Resolução 53/243, da Sessão Plenária da ONU, de 1999, quando foi decretada a declaração internacional à cultura de paz e a não violência. O Manifesto 2000 por uma Cultura de Paz, traz seis pilares: respeitar a vida, rejeitar a violência, ser generoso, ouvir para compreender, preservar o planeta e redescobrir a solidariedade.
Principais desafios na promoção da paz
– Educação para uma cultura de paz
– Tolerância e solidariedade
– Participação democrática
– Fluxo livre de informações
– Desarmamento
– Direitos Humanos
– Igualdade de gêneros
– Desenvolvimento sustentável