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Ministério da Saúde articula ação para a produção no país atender 70% das necessidades do SUS

vistorias nas sedes dos três Poderes em Brasília (DF) — Português (Brasil)

O Governo Federal retoma a agenda voltada ao fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde com medidas para reduzir a dependência do Brasil e assegurar o acesso universal à saúde. A expectativa é que, em até dez anos, 70% das necessidades do SUS em medicamentos, equipamentos, vacinas e outros materiais médicos passem a ser produzidos no país.

Embora responda por 10% do PIB, a saúde possui déficit comercial crescente e atingiu recorde de US$ 20 bilhões em importações. É um setor estratégico para a reindustrialização do país e cuja fragilidade ficou ainda mais evidente durante a pandemia de Covid-19. A maior autonomia do Brasil é fundamental para reduzir a vulnerabilidade do SUS e assegurar o acesso universal à saúde.

Para viabilizar a expansão da produção nacional, o Ministério da Saúde articula uma ação interministerial e um amplo programa de investimentos voltados à inovação, tecnologia e ao desenvolvimento regional. A principal diretriz da nova política é aliar o crescimento econômico às demandas da saúde pública e questões sociais do país.

Uma das ações imediatas mais estratégicas para a reconstrução desta agenda é a criação do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (GECEIS), que ficou enfraquecido nos últimos anos. Participam 20 órgãos públicos sob a coordenação dos ministérios da Saúde e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). Voltam a integrar o grupo representantes da sociedade científica, sociedade civil, gestores do SUS, sindicatos, além de empresários.

O grupo interministerial vai atuar na construção e acompanhamento das ações para o fortalecimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. Uma das prioridades será enfrentar a dependência do Brasil de IFAs (Insumo Farmacêutico Ativo), vacinas, equipamentos e materiais médicos.

Para isso, estão previstas ações de fomento à pesquisa e inovação, realização de parcerias para o desenvolvimento produtivo e inovação, ações voltadas ao uso abrangente do poder de compra do Estado e ao fortalecimento da produção nacional.

Para o estímulo ao desenvolvimento regional, também serão discutidos instrumentos para apoiar a produção local e isonomia competitiva e tributária.

Sobre o setor da saúde

Atualmente, o setor da saúde representa 10% do Produto Interno Bruto, garante a geração de 25 milhões de empregos diretos e indiretos e responde por 1/3 das pesquisas científicas no país. A posição estratégica do Brasil com um grande mercado interno mostra a capacidade de crescimento e ampliação desses números na economia brasileira.

No entanto, a dependência do país para aquisição de insumos torna o sistema público brasileiro vulnerável ao mercado externo, dificultando a aquisição de produtos essenciais, com preços altos, variáveis e suscetíveis às oscilações da economia mundial.

No caso do IFA, por exemplo, mais de 90% da matéria-prima usada no Brasil para produção de insumos como vacinas e medicamentos, é importada. Já na área de equipamentos médicos, a produção nacional atende 50%. Em medicamentos prontos, o percentual é de cerca de 60% e, em vacinas, um pouco acima. A meta é atingir média de 70% de produção local no setor.

Essa dependência do mercado externo gera o segundo maior déficit comercial na economia brasileira, perdendo apenas para o setor de eletrônicos. Reverter esse cenário e aumentar a autonomia do Brasil em insumos de saúde é fundamental e estratégico para o país que tem um dos maiores mercados internos do mundo, com o maior sistema público de saúde universal e gratuito. O SUS atende os mais de 210 milhões de brasileiros, com 75% da população dependente exclusivamente da rede pública de saúde.

Eixos temáticos do Complexo Econômico-Industrial da Saúde

Para a retomada de investimentos e ações estratégicas para fortalecer o complexo, serão trabalhados os seguintes eixos temáticos:

  • Reindustrialização nacional;
  • Ampliação da produção e geração de empregos e produtividade;
  • Otimização do poder de compra do Estado;
  • Financiamento da ciência;
  • Redução da dependência produtiva e tecnológica;
  • Garantia do acesso universal da saúde;
  • Orientação do ambiente regulatório;
  • Cooperação regional e global.

Integrantes do Grupo Executivo do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (GECEIS)

  • Ministério da Saúde;
  • Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços;
  • Casa Civil da Presidência da República;
  • Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República;
  • Ministério da Fazenda;
  • Ministério do Planejamento e Orçamento;
  • Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;
  • Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação;
  • Ministério das Relações Exteriores;
  • Ministério da Educação;
  • Ministério do Trabalho e Emprego;
  • Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS;
  • Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa;
  • Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES;
  • Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – EBSERH;
  • Financiadora de Estudos e Projetos – Finep;
  • Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz;
  • Instituto Nacional da Propriedade Industrial – INPI;
  • Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro;
  • Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI.

O grupo contará ainda com a participação colaborativa dos seguintes órgãos e entidades:

  • Conselho Nacional de Saúde – CNS;
  • Academia Brasileira de Ciência – ABC;
  • Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC;
  • Conselho Nacional de Secretários de Saúde – CONASS;
  • Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde – CONASEMS;
  • Associação Brasileira de Saúde Coletiva – ABRASCO;
  • Entidades de representação do setor produtivo público e privado;
  • Centrais Sindicais;
  • Outras entidades consideradas relevantes.

Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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