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Curso de Medicina da Uece completa 20 anos com 600 profissionais formados e novos campi no Interior

O vestibular para as próximas turmas do MedUece está com inscrições abertas até 10 de abril

O curso de Medicina da Universidade Estadual do Ceará (Uece) completa 20 anos de existência em 2023. Uma trajetória iniciada em 2003 com 2.540 candidatos inscritos para as 40 vagas disponibilizadas no primeiro vestibular. A primeira turma colou grau em 2009, com 39 discentes graduados.

De acordo com Jocélia Bringel, médica, professora e coordenadora do MedUece, campus Fortaleza, o curso foi criado com o objetivo de formar médicos para o exercício da medicina geral, com ênfase em medicina comunitária e de família. “Obviamente, isso não inviabilizou as possibilidades de especializações a partir do curso. Mesmo com as atualizações de diretrizes e metodologias, como a saúde e o ensino em Língua Brasileira de Sinais, o MedUece continua com a mesma missão”, explica Jocélia.

Para 2023, a novidade do MedUece é a expansão de novos campi para outras regiões do estado, como os cursos que passarão a funcionar em Quixeramobim e Crateús a partir de agosto deste ano. O vestibular está com inscrições abertas até 10 de abril, exclusivamente pelo site (https://www.cev.uece.br/).

“A expansão oferece oportunidades a muitos jovens que desejam ingressar em Medicina. Descentralizar esses cursos facilita a fixação de mais médicos nessas regiões e, consequentemente, melhora o acesso da população aos serviços de saúde. Esses novos profissionais podem criar vínculos com essas regiões. É importante para o desenvolvimento regional, do ponto de vista social e científico”, ressalta Jocélia Bringel, coordenadora do MedUece.

Ao longo desses anos, o MedUece teve sua qualidade reconhecida. Um exemplo é que, em 2017, a Medicina da Uece obteve a 3ª maior nota no Brasil no Exame Nacional de Desempenho do Ensino Superior (Enade). A equipe docente é composta por 53 professores, sendo 26 doutores e 27 mestres. Até o momento, o curso formou cerca de 600 novos profissionais.

Legado

Parte dessa história, a médica ginecologista e doutora em Ciências Cirúrgicas Kathiane Lustosa lembra de cada detalhe do período em que estudou na Uece. Ela fala com emoção do dia da formatura, realizada no Theatro José de Alencar, principalmente da participação como oradora da primeira turma do MedUece.

“Eu escolheria a Uece de novo para me formar como médica. O MedUece formou quem sou hoje. O humanismo nas disciplinas iniciais foram essenciais para minha formação. Os professores ensinaram para gente a verdadeira missão do médico: ser um instrumento de educação em saúde para que o paciente seja partícipe do seu acompanhamento”, conta Kathiane, que fez Residência em Ginecologia e Obstetrícia no Hospital Geral de Fortaleza, vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará.

Referência em cirurgia ginecológica minimamente invasiva, Kathiane é sócia de uma clínica que é resultado da amizade e parceria iniciada em sala de aula com a médica Sara Arcanjo. As duas também são gestoras e docentes de um instituto de educação que promove capacitação e disseminação do conhecimento na área da saúde. “Hoje, trabalho também com a docência. Aprendi na Uece que devemos ensinar, para nos atualizar e formar novos médicos com qualidade, respeito e ética”, diz.

Formação mais integrada

A mais recente mudança no MedUece teve como base uma proposta de um novo projeto pedagógico atualizado com as diretrizes curriculares de 2014. A proposta também integrou processo iniciado ainda em 2011, com o intuito de reestruturar a matriz curricular do curso para atender algumas prerrogativas importantes no vínculo entre profissionais e trabalho interdisciplinar. “Um dos objetivos principais era integrar as disciplinas nas três áreas de competência [Atenção à Saúde; Gestão em Saúde; e Educação em Saúde], com mais atividades práticas, mais inserção e protagonismo discente”, destaca Jocélia.

O novo projeto pedagógico, aprovado pelo Conselho Estadual de Educação (CEE) em 2023, tem carga horária total de 8.764 horas, com 516 créditos, e tempo padrão de integralização, mínimo e máximo, entre seis a nove anos. Funciona de forma presencial, disponibilizando semestralmente 40 vagas por meio de vestibular semestral ou transferência (via processo seletivo). Atualmente, 250 alunos estão efetivamente matriculados.

O projeto também conta com um modelo de integração disciplinar estruturado em cinco eixos: Saúde Coletiva; Cuidados Clínicos; Cuidados Cirúrgicos; Formação do Indivíduo; e Formação de Prática Profissional. Essa mudança no projeto pedagógico possibilita uma formação com o conhecimento contínuo e crescente para que o aluno participe do processo de formação.

“A ampliação do tempo do estágio supervisionado, por exemplo, reforça o aprendizado nas áreas de Medicina de Família e Comunidade e Urgência e Emergência”, completa a coordenadora.

Um aprendizado fundamental que o médico neurologista Edvan Camelo, concludente do MedUece em 2014, considera fundamental. “Na Uece criamos o amor pela medicina. A veia do nosso curso é o humanismo, o contato com o cidadão, formando dentro dos serviços de Saúde do Estado do Ceará. Que venham mais anos para servir à comunidade”, deseja Edvan.

Também da turma de 2014, o médico Ernando Chaves hoje faz Residência em Pneumologia no Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, da Rede Sesa. “Ser formado na Uece nos traz um valor e pertencimento que não encontramos em outras formações médicas. A relação que criamos na Universidade e com o Sistema Único de Saúde nos traz a certeza de que estamos no caminho”, garante.

Expansão

Ainda sobre o acesso ao Ensino Superior, o Ceará conta, desde 2017, com uma lei que instituiu o sistema de cotas nas instituições de ensino superior do Estado. Com isso, cada concurso seletivo para ingresso nos cursos de graduação, por curso e turno, no mínimo 50% de suas vagas são para os estudantes que comprovem ter cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas municipais ou estaduais.

A ampliação na oferta dos cursos de Medicina também está alinhada a estratégias como a Regionalização da Saúde. Exemplo disso são os hospitais universitários já vinculados à instituição, como o Hospital Regional do Sertão Central, em Quixeramobim, e o Hospital Universitário da Uece, que está sendo construído dentro do Campus do Itaperi, em Fortaleza.

Com 93% de obras concluídas, o Hospital Universitário da Uece, em Fortaleza, ocupa uma área de 78,2 mil metros quadrados, com cerca de 650 leitos leitos, entre clínicos e Unidades de Terapia Intensiva (UTI), distribuídos em três torres principais: clínica, cirúrgica e materno-infantil.

Retribuição

O Hospital Universitário era um desejo para os alunos da primeira turma, como a médica dermatologista Natália Jucá. Ela, que já concluiu o mestrado em Saúde da Criança e Adolescente na Uece, está terminando o doutorado em Saúde Coletiva na mesma instituição. “É algo que a gente sempre sonhou. O Hospital vai fazer crescer o curso de Medicina e outros da área da saúde”, acredita.

Para Natália, o chamado ao ensino era sentido como uma forma de retribuir tudo que foi aprendido. “Eu fiz residência em Dermatologista no Instituto Dona Libânia. Desde que eu terminei, senti a obrigação de voltar e ajudar. Fui professora substituta da Uece. Atualmente, sou professora do Centro Universitário Unichristus”, conclui.




Fonte: Governo do Ceará

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