A Academia Estadual de Segurança Pública do Ceará (Aesp/CE) recebeu, na última sexta-feira (10), palestra sobre o transtorno bipolar – doença crônica caracterizada por variações de humor, que variam entre episódios de mania e depressão, e que afeta pelo menos 140 milhões de pessoas ao redor do mundo.
A iniciativa faz parte do “Bipomarço”, que é um ciclo de eventos realizado durante todo o mês de março, pelo Grupo de Estudos em Transtorno Afetivo (Geta) da Universidade Federal do Ceará (UFC) e foi ministrada pela médica psiquiatra do Hospital Universitário Walter Cantídio, Luísa Bisol, e pelo extensionista do Geta e graduando em psicologia, Marcelo Medeiros.
“O Bipomarço é uma campanha que acontece todos os anos no mês de março para conscientizar a população a respeito do transtorno bipolar. Então nós buscamos instituições parceiras para que a gente possa fazer atividades voltadas à população geral, de esclarecimento, com o objetivo de diminuir estigmas com relação às pessoas que têm transtornos mentais, e de levar a informação para todos”, explicou a médica Luísa Bisol, que também é coordenadora do Geta e professora adjunta de psiquiatria da Faculdade de Medicina da UFC.
O evento aconteceu no auditório da Aesp e contou com a presença de aproximadamente 120 pessoas, incluindo policiais civis, policiais militares, bombeiros militares e outros colaboradores do Órgão.
Presente no evento, o diretor-geral da Aesp, coronel PM Clauber Wagner Vieira de Paula, assistiu a palestra e destacou a importância da temática. “Trazer esse tema para a Academia é primordial, principalmente porque esses profissionais que estão aqui, hoje, são os que vão receber os discentes – futuros profissionais de segurança pública. São eles que estarão mais próximos desses alunos no dia a dia, convivendo, recebendo as demandas e percebendo algo que esteja acontecendo. Saber identificar esses comportamentos é um dever nosso enquanto Instituição de Ensino. São conhecimentos importantes para nós mesmos e para ajudarmos outras pessoas.”, pontuou o gestor.
Durante a palestrante, foram esclarecidas dúvidas e mitos sobre a doença , além de orientações sobre como identificar sinais do transtorno, romper estigmas e promover cuidado para com as pessoas acometidas do Transtorno Bipolar.
A coordenadora do Geta também abordou a importância de não patologizar mudanças de humor normais.
“Nós todos temos oscilações de humor, não somos exatamente iguais todos os dias, e isso não é um transtorno. Não podemos patologizar tudo. Os transtornos são caracterizados por episódios bem definidos e que trazem prejuízos a nossa vida, ao nosso funcionamento. Então a ideia é você estar aberto a entender que isso existe, que é uma realidade e ter no olhar um pouco de gentileza e cuidado com o outro”, ressaltou Luisa.
Conheça o GETA
O Grupo de Estudos em Transtorno Afetivo (Geta) é projeto de ensino, pesquisa e extensão vinculado ao Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal do Ceará (UFC), coordenado e orientado pelos doutores Luisa Bisol e Fábio Gomes, que são médicos psiquiatras e professores da UFC.
O projeto tem como principal objeto realizar trabalhos e estudos em torno do transtorno bipolar. além disso, também realiza atendimentos ambulatoriais a pessoas com transtorno bipolar no Hospital Walter Cantídio.
Mais informações no instagram @getaufc ou pela telefone: (85) 98891.9246
