De acordo com o urologista Gustavo Persici, existem incontinências leves, moderadas e graves, e cada caso é tratado de forma individual
Nesta terça-feira, 14 de março, celebra-se o Dia Nacional da Incontinência Urinária. Trata-se de um distúrbio caracterizado pela perda involuntária da urina pela uretra. De acordo com o médico urologista Gustavo Persici, do Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA), unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), o problema pode atingir homens e mulheres. Apesar de ser mais comum em idosos, pode acontecer também em jovens.
Com 20 anos de experiência na área, Persici explica que eliminação da urina é controlada pelo sistema nervoso autônomo e que a incontinência pode ter diversas causas, como o comprometimento da musculatura dos esfíncteres ou do assoalho pélvico; gravidez e parto; obesidade; tosse crônica dos fumantes; quadros pulmonares obstrutivos que geram pressão abdominal; problemas de saúde que afetem a bexiga; procedimentos cirúrgicos, entre outras.
Nas mulheres, por exemplo, a modalidade mais comum é a conhecida como “incontinência de esforço”, ocasionada pela fragilidade do assoalho pélvico, musculatura que sustenta a bexiga. “Ela ocorre depois de partos vaginais, por obesidade ou qualquer condição que aumente a pressão abdominal, como tosse repetida e constipação. Então, tudo que previne o aumento de pressão abdominal ajuda a prevenir esse tipo de incontinência, assim como exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico”, ressalta o médico.
Já nos homens, uma causa comum é a cirurgia de prostatectomia radical, realizada para retirar completamente a próstata e as vesículas seminais, devido ao câncer de próstata. “Depois dessa intervenção, a glândula fica muito próxima do esfíncter [músculo que controla a abertura e o fechamento de um determinado orifício] e é natural que ele enfraqueça. Então, os pacientes passam alguns meses com incontinência, mas a maioria se recupera. Uma pequena parte fica com o problema de forma definitiva e precisa de alguns tratamentos”, destacou.
Ainda de acordo com o especialista, existem incontinências leves, moderadas e graves. Cada caso é cuidado de forma individual, não havendo apenas uma única forma de tratar a doença. Alguns pacientes podem precisar apenas de medicação, outros de fisioterapia e ainda há casos cirúrgicos. “O mais importante é que a pessoa que tem perda involuntária de urina procure ajuda médica para diagnóstico e tratamento o quanto antes”, alerta.