Meningioma tinha nove centímetros, equivalente ao tamanho de uma laranja
A equipe de Neurocirurgia do Hospital Regional do Sertão Central (HRSC), vinculado à Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), retirou o maior tumor cerebral de um paciente desde o início do serviço na unidade. O procedimento durou cerca de dez horas.
Removido de uma paciente do sexo feminino, natural de Ibaretama – município da região, o tumor estava localizado na parte frontal do cérebro, responsável pela elaboração do comportamento e das emoções, e media nove centímetros — equivalente ao tamanho de uma laranja.
Tumores desse tamanho são considerados gigantes, como explica o chefe de Neurocirurgia do HRSC, Rafael Fonseca. “Era um meningioma; ele é benigno, mas, com o crescimento, vai se tornando agressivo pelo impacto na compressão do cérebro”, detalha o médico, atuante há quatro anos no equipamento sob gestão do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH). “É uma cirurgia longa, delicada; é preciso ter paciência para que se consiga retirá-lo com segurança”, complementa.
Oito profissionais, incluindo dois neurocirurgiões, anestesistas, instrumentadores e técnicos em Enfermagem circulantes, participaram do procedimento, realizado neste mês. A paciente ficou internada no HRSC por mais uma semana e já recebeu alta, após apresentar quadro estável. Ela continua sendo acompanhada pela equipe neurocirúrgica no pós-operatório.
Alta complexidade
Embora nove centímetros possa parecer algo pequeno, é o tamanho de uma lesão expansiva em uma pessoa viva, sinalizando uma situação de alta complexidade. Para o chefe da Neurocirurgia do HRSC, no entanto, devido ao fortalecimento da regionalização da Saúde, pacientes nessas condições residentes no Sertão cearense hoje conseguem acessar o serviço necessário.
“O trabalho que fazemos nesta região representa uma grande qualidade na assistência integral. Se não houvesse um equipamento como o HRSC, com essas proporções, a paciente teria de ir a Fortaleza para fazer a cirurgia. Com a regionalização dos serviços, conseguimos manter a integralização da saúde na própria região onde o usuário reside”, avalia Rafael Fonseca.