“Não existe outro caminho para a humanidade senão a gente ser tratado como iguais, não fazendo a discriminação que é feita hoje junto às mulheres em muitas atividades, inclusive no esporte”. A frase do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta, 30/3, ao ser apresentado à taça da Copa do Mundo de Futebol Feminino 2023 no Palácio da Alvorada, marcou dois momentos emblemáticos. O primeiro foi a assinatura de um decreto que cria a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino. O segundo foi o compromisso de dar suporte à intenção da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de sediar a edição de 2027 do Mundial.
Será um evento motivador da construção de uma consciência política junto ao povo brasileiro, para que entenda a participação da mulher efetivamente em todos os cantos que ela puder participar, onde quiser, do jeito que quiser”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, sobre a perspectiva de o Brasil receber o Mundial feminino em 2027
“O governo, através da Presidência, através do Ministério do Esporte, através do Itamaraty, estará à disposição da CBF para fazer o necessário para que a gente consiga trazer em 2027 a Copa do Mundo Feminina para o Brasil”, afirmou Lula. “Será um evento motivador da construção de uma consciência política junto ao povo brasileiro, para que entenda a participação da mulher efetivamente em todos os cantos que ela puder participar, onde quiser, do jeito que quiser”, continuou Lula.
O presidente destacou que, em função de todo o investimento realizado em infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014, o Brasil já dispõe de modernos estádios e aeroportos prontos para sediar o Mundial Feminino de 2027.
A cerimônia no Palácio da Alvorada contou com a presença da ministra do Esporte, Ana Moser; do presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues; da primeira-dama, Janja Lula da Silva, e de representantes da Federação Internacional de Futebol (FIFA).
“É um dia feliz para nós e uma grande coincidência estarmos recebendo o tour da Taça da Copa do Mundo Feminina no mês da mulher”, destacou Ana Moser. Em seu discurso, ela lembrou as batalhas enfrentadas no Brasil pelas mulheres nos gramados.
“O futebol feminino em si ele traz um histórico de dificuldades, de preconceitos e visibilidade que impõe barreiras que persistem em afastar as mulheres da prática do esporte, seja por lazer ou em âmbito profissional”, disse a ministra.
A estratégia para o futebol feminino aborda princípios da agenda social deste governo: a equidade de gênero, o combate ao racismo e a redução das desigualdades”
Ana Moser, ministra do Esporte
Equidade – Implementada pelo Ministério do Esporte, a Estratégia Nacional para o Futebol Feminino prevê a promoção de medidas para o desenvolvimento do futebol feminino profissional e amador no Brasil, de modo a proporcionar a descoberta e o encaminhamento de novos talentos e os investimentos necessários para o desenvolvimento do esporte.
Entre os pontos destacados pelo documento estão o combate à discriminação de meninas e mulheres nas práticas relacionadas ao futebol e o fomento à participação das mulheres em posições de gestão, na arbitragem e na direção técnica de equipes. O texto determina que, em 120 dias, o Ministério do Esporte elabore um diagnóstico da situação atual do futebol feminino no país e um Plano de Ações até 2025.
“A estratégia é uma iniciativa transversal, que aborda princípios da agenda social deste governo: a equidade de gênero, o combate ao racismo e a redução das desigualdades. Essa abrangente agenda encontra no esporte, e em particular neste Ministério do Esporte, uma ferramenta importante. No caso do futebol feminino, a gente conta sempre com a parceria da CBF e das federações estaduais”, disse Ana Moser.
O presidente da CBF enalteceu a iniciativa do decreto e o apoio aos planos de candidatura do Brasil para sede do Mundial de 2027. Segundo Ednaldo Rodrigues, o prazo para registro do interesse dos países em receber o evento vai até 20 de abril. “É torcer para que possa dar tudo certo e que a Copa do Mundo de 2027 possa acontecer aqui no Brasil”, afirmou o dirigente.
“A CBF está muito feliz com projetos que possam estar cada vez mais inserindo a mulher no esporte, principalmente no futebol, e sempre vai ser parceira, procurando se alinhar para aquilo que possa fortalecer o futebol feminino, não só para as atletas, mas para toda cadeia do futebol feminino”, completou Ednaldo Rodrigues.
MUNDIAL 2023 – A Copa do Mundo de Futebol Feminino será disputada por 32 seleções, entre 20 de julho e 20 de agosto, na Austrália e na Nova Zelândia. O Brasil, que busca o inédito título na competição, inicia a disputa no Grupo F, ao lado de França, Panamá e Jamaica.
Na reta final de preparação para o Mundial, a Seleção, campeã da Copa América, enfrenta a Inglaterra, campeã europeia, na Finalíssima Feminina, no dia 6 de abril, no Estádio de Wembley, em Londres. Na sequência, o time duela contra a Alemanha, no dia 11 de abril, no Estádio Max Morlock, em Nuremberg.
A exemplo do time masculino, a Seleção Feminina disputou todas as edições do Mundial. O Brasil passou perto do título em 2007, quando foi vice-campeão na China, perdendo a final para a Alemanha, e ficou em terceiro lugar em 1999, nos Estados Unidos. Em Jogos Olímpicos, o Brasil bateu na trave duas vezes. Foi medalhista de prata nas edições de Atenas, na Grécia, em 2004, e de Pequim, na China, em 2008.