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Em reunião da CIT, Ministério da Saúde anuncia programa de residência com mais de 900 vagas

O Ministério da Saúde estipula para março o lançamento do programa Pró-Residência, com 983 vagas para médicos e mais 960 na categoria multiprofissionais. A informação foi dada pela secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Isabela Cardoso, nesta quinta-feira (16), durante a 2º reunião ordinária da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2023.

“Estamos em diálogo com o MEC (Ministério da Educação) no sentido de discutir as especialidades e também estamos mapeando as especialidades mais necessárias”, destacou Isabela. Segundo a secretária, o objetivo da pasta é trazer um diálogo e buscar o apoio da categoria e das entidades médicas.

O debate na CIT se estendeu à importância da qualificação profissional nos hospitais, com dados apresentados pelo estudo coordenado pelo professor Mário Scheffer, “Demografia Médica no Brasil 2023”. A pesquisa contou com o apoio do Ministério da Saúde, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

“O estudo já está disponível e traz alguns dados inéditos relacionados a renda, impacto da pandemia e consultas médicas. Além de um Atlas das 27 unidades da federação, com as 55 especialidades médicas”, detalhou o professor da Universidade de São Paulo, Mário Scheffer.

De acordo com o pesquisador, até 2035 haverá um milhão de médicos formados e o desafio é ordenar e qualificar essa força de trabalho para fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS). “É necessário atualizar e regulamentar a abertura de cursos e vagas, além de criar um novo modelo de avaliação da qualidade de formação e o equilíbrio aceitável entre ofertas e necessidades dos médicos”, destacou.

O professor acrescentou, ainda, que até o próximo ano, as mulheres serão a maioria da categoria profissional: 56%. “Também temos um aumento de alunos pretos e pardos e de oriundos de escolas públicas, graças aos programas de financimento estudantil e do Prouni (Programa Universidade para Todos)”, disse.

Cenários desiguais

Um dos desafios enfrentados no país é a dispersão de médicos nos territórios. Há a concentração de profissionais em alguns estados e nas capitais, enquanto outras localidades não contam com a presença suficiente dos médicos. “Por isso, é necessário discutir as políticas de alocaçção e permanências do médicos, além da formação para o SUS. É necessário definir, por exemplo, quais especialidades são estratégias para a saúde e como atrair e fixar esses profissionais em locais mais vulnerávies”, apontou.

Sobre o tema, a ministra Nísia Trindade observou que a utilização do estudo é um passo importante para vencer os desafios impostos ao SUS. “Estamos trabalhando em conjunto com a área da educação e secretários para pensar neste grande desafio que é orientar todo este processo de desenvolvimento, em particular com o foco na residência, com uma pauta transversal”, definiu.

Edis Henrique Peres
Ministério da Saúde

Fonte: Ministério da Saúde

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