Brasília (DF) – O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) promoveu, nesta quinta-feira (23), um debate on-line sobre como as cidades estão se preparando para as mudanças climáticas. O evento abordou, com especialistas, formas de adaptações para que os municípios consigam lidar com o aumento cada vez maior de fenômenos naturais causados pela alteração das condições do clima em todo o mundo.
O debate foi o oitavo da série Bate-papo com a Defesa Civil, que é realizada uma vez por mês, com transmissão pelo canal do MDR no YouTube. A discussão foi mediada pelo coordenador-geral de Articulação da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), Reinaldo Estelles, que destacou a necessidade de que todos os setores da sociedade sejam envolvidos no tema.
“Não é um assunto simples. Envolve muitos conceitos, lógicas. Um tema multidimensional, que engloba todas as esferas federativas, vários órgãos governamentais e a sociedade. Envolve, também, noções que precisamos ter de forma clara para resolver o problema. Temos conceitos como áreas de risco, pessoas que moram nessas áreas. Está tudo envolvido”, afirmou Estelles.
Um dos participantes do debate, o coordenador do Laboratório de Gestão de Riscos (LabGRis) da Universidade Federal do ABC (UFABC), Fernando Rocha Nogueira, reforçou a importância de que toda a sociedade assuma a responsabilidade em relação à ocorrência de desastres naturais.
“Quando falamos em área de risco, temos que, em primeiro lugar, entender que os riscos não são culpa da natureza. O pior caminho, tanto para pesquisadores como para o pessoal de defesa civil, que trabalha com redução de risco, de governantes, de urbanistas e da sociedade, é culpar a natureza. Se for assim, estamos entregues. O caminho que temos que fazer é de uma profunda discussão sobre isso, com todos os envolvidos”, ressaltou Nogueira.
Professora-adjunta do Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Samia Nascimento Sulaiman citou alguns pontos que podem colaborar com o enfrentamento a desastres e com a prevenção.
“O cenário não é pontual, tem sido recorrente. Não dá mais para dizer que não está acontecendo. Intervenções urbanas, educativas e organização institucional são estratégias que vão mitigar os riscos e podem prevenir que outras situações de risco surjam, principalmente nos casos mais extremos. É preciso organizar a sociedade para enfrentar e minimizar os impactos dos desastres”, explicou.
Nas próximas edições do Bate-Papo com a Defesa Civil, serão debatidos temas como o dia internacional da Defesa Civil, planos municipais de redução de riscos e barreiras Sabo.
