Em seu apelo às autoridades para que parem com o suposto abuso, os especialistas alertaram que os adolescentes foram “sequestrados de suas famílias, traficados (…) longe de suas casas (e) obrigados a se casar com homens às vezes com o dobro de sua idade”.
#Pakistan🇵🇰: Especialistas da ONU expressam alarme com o aumento relatado de sequestros, casamentos forçados e conversões de meninas e mulheres jovens de minorias religiosas e pedem uma ação urgente.
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Procedimentos Especiais da ONU
UN_SPExperts
Os peritos em direitos humanos – que se reportam ao Conselho de Direitos Humanos – citou relatórios que sugerem o envolvimento das autoridades religiosas e a cumplicidade das forças de segurança e do sistema de justiça; embora também reconhecessem que o Paquistão já havia feito esforços para aprovar legislação que proibisse tais práticas ilegais.
“Medidas imediatas” necessárias
“Instamos o governo a tomar medidas imediatas para prevenir e investigar minuciosamente esses atos objetivamente e de acordo com a legislação nacional e os compromissos internacionais de direitos humanos. Os perpetradores devem ser totalmente responsabilizados”, disseram os especialistas.
Em um comunicado instando o Paquistão a defender os direitos das mulheres e crianças, o grupo de quase uma dúzia de especialistas independentes e Relatores Especiais, sustentou que os tribunais do Paquistão permitiram que os perpetradores aceitassem “evidências fraudulentas” deles, sobre a idade das vítimas e sua disposição de se casar e se converter ao Islã.
“Justificar” o abuso
Eles observaram que os tribunais também às vezes “usaram mal as interpretações da lei religiosa para justificar que as vítimas permanecessem com seus agressores”; a polícia também falhou com as famílias das vítimas, recusando-se a registrar os sequestros, ou descartando-os como “casamentos de amor”.
Ameaça de violência
Eles disseram estar “muito preocupados” com o fato de casamentos e conversões terem ocorrido “sob ameaça de violência contra essas meninas e mulheres ou suas famílias”.
“Os sequestradores forçam suas vítimas a assinar documentos que atestam falsamente que eles têm idade legal para o casamento, bem como se casar e se converter de livre arbítrio. Esses documentos são citados pela polícia como evidência de que nenhum crime ocorreu”.
Os especialistas disseram que é imperativo que todas as vítimas, independentemente da origem religiosa, tenham acesso à justiça e proteção igual sob a lei.
Adotar e fazer cumprir a lei
“As autoridades paquistanesas devem adotar e aplicar a legislação que proíba conversões forçadas, casamentos forçados e infantis, sequestro e tráfico, e cumprir seus compromissos internacionais de direitos humanos para combater a escravidão e o tráfico de seres humanos e defender os direitos de mulheres e crianças”, disseram.
Relatores Especiais e outros especialistas independentes – como os cinco que endossam a declaração de segunda-feira do Grupo de Trabalho sobre discriminação contra mulheres e meninas – fazem parte do Procedimentos Especiais do Conselho de Direitos Humanos.
Eles não são funcionários da ONU, não recebem nenhum salário e são independentes de qualquer governo ou organização, servindo em sua própria capacidade individual.