Na mesma data em que a CAIXA completa 162 anos de história, a paulista Maria Rita Serrano tomou posse como presidenta, após construir uma carreira de 33 anos no banco. Ela será a quarta mulher e a segunda servidora a comandar a instituição. A cerimônia foi realizada nesta quinta-feira (12/1), no Teatro da CAIXA Cultural Brasília, e contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de Janja Lula da Silva, do ministro Fernando Haddad (Fazenda), além de outros ministros de Estado e autoridades.
Antes do discurso da nova presidenta, Haddad ressaltou a importância do momento para o país. “Tive o privilégio de, por várias vezes, ter que interagir com a Caixa Econômica Federal e vi o empenho dessa instituição em dar aos brasileiros os melhores serviços bancários possíveis para que eles pudessem realizar grandes sonhos. É muito tocante ver a CAIXA voltar às mãos dos trabalhadores, comprometidos com o sonho de um Brasil mais fraterno e solidário”, afirmou o ministro.
Em sua fala, Maria Serrano destacou o aniversário do banco e lembrou da vocação social da instituição. “A CAIXA é uma instituição importante, com destaque para a gestão de políticas públicas”, afirmou. A nova presidenta adiantou alguns dos objetivos de sua gestão e disse que o banco público irá trabalhar compromissado com a reconstrução do país e a melhoria da qualidade de vida da população.
“Vamos reorganizar o banco para cumprir com excelência o gerenciamento dos programas de transferência de renda do Governo e do Minha Casa Minha Vida; ampliar a parceria com estados e municípios para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura; promover a inclusão bancária da população; avançar em tecnologia para oferecer melhores serviços e atendimentos aos clientes; buscar a rentabilidade do negócio com equilíbrio entre as operações comerciais e as ações de inclusão; e investir em projetos culturais”, detalhou Serrano.
Ela ainda citou a resiliência do banco, que resistiu às tentativas de privatização e superou os casos de assédio promovidos durante o período da última gestão do banco. “Podemos dizer que se hoje o Estado conta com um banco público do porte da CAIXA é porque ao longo dessa história os empregados, entidades e movimentos organizados, presentes aqui, empunharam a bandeira da defesa de manutenção do banco público frente às iniciativas de privatização”, argumentou.
PROGRAMA HABITACIONAL — Ao se dirigir a Serrano, o presidente Lula exaltou a função que o banco desempenha. “A CAIXA tem um papel extraordinário nesse país. Eu pude sentir isso mais de perto quando a gente instituiu o Minha Casa, Minha Vida. Eu pude saber a força da Caixa Econômica Federal em ajudar a financiar a casa para as pessoas que menos podiam ter as coisas nesse país”, lembrou.
O presidente Lula disse ainda estar confiante de que o banco terá muito sucesso nos próximos anos. “Estou convencido que a CAIXA vai voltar a crescer. Estou convencido que a bancarização do povo pobre deste país vai aumentar muito. Estou convencido que a gente vai voltar a gerar emprego. Estou convencido que a gente vai melhorar a massa salarial”, afirmou.
Currículo de Maria Rita Serrano
Natural de Santo André (SP), Rita Serrano é graduada em Estudos Sociais e História, com mestrado em Administração pela Universidade de São Caetano do Sul (USCS). Foi presidente do Sindicato dos Bancários do ABC Paulista, entre 2006 e 2012.
Em mais de três décadas de banco, ocupou os mais diversos cargos da instituição. Em 2017, foi eleita pela primeira vez pelos empregados da CAIXA para ocupar assento na mais alta administração do banco, o Conselho de Administração (CA). Desde então está no CA, onde pautou seu trabalho com foco na defesa da integridade e sustentabilidade da CCAIXA, além da melhoria das condições de trabalho dos empregados.
No último pleito para o Conselho da CAIXA, em 2022, foi reeleita para o terceiro mandato, em primeiro turno, com 91% dos votos válidos, após concorrer com mais de 30 candidatos. Escritora, tem vários livros publicados. Em 2018, lançou “Caixa, Banco dos Brasileiros” — o texto relata de forma crítica a história centenária do banco. Acaba de lançar outra obra, “Rompendo Barreiras”, onde fala sobre sua trajetória de vida, a militância nos movimentos sociais, sindical, em defesa do patrimônio público, e descreve os desafios para as mulheres ocuparem espaços de poder.