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Justiça do Rio nega liberdade a delegado acusado em esquema de propina

Justiça do Rio nega liberdade a delegado acusado em esquema de propina

A Justiça do Rio de Janeiro negou pedido de relaxamento da prisão preventiva do delegado da Polícia Civil do Rio, Maurício Demétrio. O policial foi preso em junho de 2021 sob a acusação de chefiar esquema de cobrança de propina de lojistas do tradicional comércio de roupas da Rua Teresa, em Petrópolis, na região serrana do Rio.

O pedido de revogação da prisão preventiva foi negado pelo juiz da 1ª Vara Criminal Especializada do Tribunal de Justiça do Rio, Bruno Monteiro Rulière. A defesa alegava excesso de prazo, mas o magistrado entendeu que não surgiu um fato novo capaz de afastar a necessidade da custódia cautelar do réu. Na decisão, o juiz Bruno Rulière escreveu:

“A que se registrar que, no caso, os fatos com relevância penal atribuídos ao réu se deram, em tese, num contexto de condutas gravíssimas de embaraço a investigações e eventuais ataques a eventuais desafetos, incluindo agentes públicos que atuaram nas investigações. Com efeito, tal situação narrada acima ganha absoluta pertinência para análise de eventual periculosidade do estado de liberdade do agente. Portanto, em sede de cognição sumária, revela-se atual e contemporâneo o risco à ordem pública causado pelo estado de liberdade do imputado”.

Entenda

A operação que resultou na prisão do delegado Maurício Demétrio foi realizada no dia 30 de junho de 2021, com a finalidade de prender um grupo de policiais civis do Rio, que teria lucrado R$ 1 milhão com a extorsão de comerciantes da Rua Teresa.

A ação foi coordenada pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público estadual. O principal alvo da ação foi o delegado Maurício Demétrio, ex-titular da Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), que chefiou de março de 2018 a março de 2021.

De acordo com a denúncia do MP, o grupo seria formado por dois núcleos. Um atuava ameaçando lojistas e recolhendo a propina e outro usava ilegalmente a estrutura da Polícia Civil para reprimir os lojistas que se recusavam a pagar os valores exigidos. Nessas diligências, os policiais teriam forjado provas e produzido laudos falsos contra os comerciantes de Petrópolis.

Na operação, o delegado Maurício Demétrio foi preso em casa, um condomínio de alto padrão, na Barra da Tijuca, onde foram apreendidos um total de R$ 240 mil em espécie, além de três carros de luxo blindados.

Agência Brasil

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