O Sindicato Nacional dos Aeronautas anunciou que irá interromper a greve de pilotos e comissários de bordo durante o fim de semana de Natal para que a categoria possa votar virtualmente uma nova proposta apresentada pelas empresas.
Esta proposta inclui os valores de reajuste anteriormente propostos pelas empresas, reposição integral da inflação medida pelo INPC e um ganho real adicional de 1%, além de duas cláusulas sociais: a possibilidade de alterar os horários de folga dos tripulantes mediante indenização e a possibilidade de início das férias a partir de um final de semana. Além disso, serão renovados os termos da convenção coletiva da categoria.
Desde segunda-feira, parte dos tripulantes tem realizado uma greve diária de duas horas, das 6h às 8h, para reivindicar um aumento real nos salários e melhores condições de descanso. Como resultado da greve, os aeroportos estão orientando os passageiros a entrar em contato com as companhias aéreas para confirmar o status dos voos.
A nova proposta recusada pelo Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) incluía a reposição de 100% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais um aumento real de 1%, além de outras demandas relacionadas a folgas e tempo de descanso.
De acordo com a determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a greve só pode afetar até 10% dos funcionários das empresas. O sindicato afirma que está cumprindo essa determinação e que o movimento está ocorrendo dentro da legalidade. O SNA afirma que decidiu pela greve devido aos altos preços das passagens aéreas, que têm gerado crescentes lucros para as empresas.
A categoria também está reivindicando que as empresas respeitem os horários de início e término das folgas e não programem jornadas de trabalho de mais de três horas em solo entre duas etapas de voo.
O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) afirma que o preço das passagens aéreas foi fortemente impactado pela pandemia e que houve um aumento dos custos para as empresas, que acumulam prejuízos.
Em uma nota divulgada nesta sexta-feira, o SNEA destaca que a mais recente proposta do TST foi a terceira proposta recusada pelos tripulantes, sendo que a primeira foi apresentada pelo SNEA durante as negociações sindicais.
O sindicato patronal das companhias aéreas também enfatiza que tem realizado negociações com o SNA desde outubro “para preservar os direitos dos tripulantes, estendendo a validade da CCT vigente até o fim das negociações e garantir as viagens aéreas dos passageiros”, e que aceitou a primeira proposta de mediação elaborada pelo TST, apresentada no último fim de semana, que também foi rejeitada pelo SNA.