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Estimativas apontam que 5.000 pessoas morrem por dia de COVID-19 na China

Xi Jinping, presidente da China
Médicos em toda o país estão relatando um aumento significativo nas infecções por COVID-19 na China. Pacientes internados com sintomas graves, incluindo pneumonia. Muitos pacientes são idosos e muitos hospitais estão sob forte demanda. A onda de infecções é a maior desde o início da pandemia há três anos na cidade de Wuhan. Alguns médicos também relatam falta de recursos e altos níveis de doença entre o pessoal médico. Há preocupações de que o pior da pandemia ainda não tenha chegado e dezenas de milhares de idosos podem morrer, de acordo com estimativas.

O médico Howard Bernstein, de Pequim, disse que em mais de três décadas de medicina de emergência nunca havia visto nada parecido com o atual cenário de COVID-19 na China. Pacientes, principalmente idosos, estão chegando aos hospitais em grandes números, muitos deles com sintomas graves de COVID-19 e pneumonia.

Esse relato é compartilhado por equipes médicas em todo o país, que enfrentam dificuldades para lidar com a súbita mudança de políticas COVID-19 da China seguida por uma onda nacional de infecções, o maior surto do país desde o início da pandemia em Wuhan há três anos. Hospitais e crematórios do governo de Pequim também têm enfrentado problemas devido à alta demanda. Bernstein afirmou que o hospital onde trabalha está “sobrecarregado de cima a baixo”, com a UTI lotada, assim como o pronto-socorro, a clínica de febre e outras enfermarias.

Muitos dos pacientes não estão melhorando em um ou dois dias, o que está bloqueando o fluxo e fazendo com que as pessoas fiquem presas no pronto-socorro por dias.

A situação é descrita como a pior desde o início da pandemia na cidade de Wuhan há três anos, com hospitais e crematórios em todo o país enfrentando dificuldades para atender à demanda crescente. Muitos pacientes estão ficando presos em pronto-socorros por dias, enquanto o número de pacientes é cinco a seis vezes maior do que o normal em alguns hospitais, com a idade média dos pacientes aumentando cerca de 40 anos em uma semana.

A falta de vacinação é apontada como um fator importante na disseminação da doença.

O cenário é ainda mais difícil em outras partes da China, onde os recursos estão no limite e há altos níveis de infecção entre a equipe médica. Alguns funcionários de saúde relatam que foram instruídos a trabalhar mesmo estando doentes, e a taxa de comparecimento às unidades de saúde caiu em mais de 50% em alguns locais. A preocupação principal é com os idosos, que podem ser mais propensos a complicações graves e até mesmo a óbito em caso de infecção pelo COVID-19.

As estimativas sugerem que mais de 5.000 pessoas estão morrendo de COVID-19 na China todos os dias, mas os números oficiais do país são muito mais baixos, levantando suspeitas de que a China estreitou sua definição de mortes relacionadas ao COVID para incluir apenas aquelas com pneumonia ou insuficiência respiratória causadas pelo vírus.

Fonte: Reuters

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