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Dólar despenca após divulgação de dado e perde fôlego ante divisas de mercados emergentes

Esta imagem mostra uma nota de 100 dólares, a moeda oficial dos Estados Unidos. O dólar é amplamente utilizado como moeda de reserva e meio de troca em todo o mundo e é uma das moedas mais negociadas no mercado de câmbio.
O dólar perdeu fôlego após a divulgação de um dado e o mercado financeiro no Brasil tem sido afetado pela incerteza sobre o novo governo e pelo "desconforto fiscal". Preocupações com a nomeação de Aloizio Mercadante e mudanças na Lei das Estatais foram contornadas. A imagem mostra uma nota de 100 dólares, a moeda oficial dos Estados Unidos. O dólar é amplamente utilizado como moeda de reserva e meio de troca em todo o mundo.

O dólar caiu hoje, permitindo uma recuperação da divisa brasileira. Pela manhã desta terça-feira (13) foi divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de novembro dos EUA, e os números vieram abaixo das estimativas, o que é uma boa notícia para quem aguarda uma suavização do aperto monetário do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na quarta-feira.

Além disso, no ambiente doméstico, embora a incerteza continue elevada, os temores com possíveis planos do governo eleito na área econômica foram atenuados com sinais de integrantes da equipe de transição, o que permitiu a valorização do câmbio local. Perto das 13h, o dólar operava em queda de 0,83%, cotado a R$ 5,2678 no segmento à vista.

Cenário doméstico

Se ontem o cenário doméstico pesou e levou o dólar a fechar em alta contra o real, hoje o movimento externo é que tem mais força no mercado de câmbio e dá espaço para uma recuperação da divisa brasileira.

Inflação nos Estados Unidos desacelera em novembro

Nesta terça-feira, a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos de novembro chamou atenção no exterior, e os resultados ficaram abaixo do esperado em todos os quatro principais recortes do indicador.

“O relatório do CPI de hoje oferece mais evidências de que o núcleo da inflação está desacelerando e que o pico da inflação neste ciclo ficou para trás”, disseram os economistas Sarah House e Michael Pugliesi, do Wells Fargo, em nota. Eles acrescentaram que “um aumento de taxa em 0,5 ponto percentual está praticamente garantido [na reunião de quarta-feira do Fed], e tal movimento seria um passo abaixo do ritmo de 0,75 ponto, que marcou as quatro reuniões anteriores”.

Dólar despenca ante principais divisas de mercados emergentes

Após a divulgação do dado, o índice DXY despencou e o dólar também perdeu fôlego ante as principais divisas de mercados emergentes. Por exemplo, perto das 13h, o dólar recuava 1,94% ante o rand sul-africano e 1,10% ante o peso mexicano.

No Brasil, a situação não foi diferente, embora de início o dólar tenha demorado para acompanhar o movimento mais brusco percebido nos pares emergentes. “Só que o Brasil tem uma conjuntura mais complexa, o que impede que o CPI seja plenamente precificado, porque não é a única força por aqui”, avaliou Cleber Alessie, gerente de mesa de derivativos da Commcor DTVM.

Incertezas sobre o novo governo pesam sobre o mercado financeiro no Brasil

Segundo Cleber Alessie, gerente de mesa de derivativos da Commcor DTVM, o que continua pesando sobre o mercado financeiro no Brasil é a incerteza sobre o novo governo. Apesar disso, os dois principais temores de ontem parecem ter sido contornados.

O primeiro era referente ao nome do ex-ministro Aloizio Mercadante à frente do BNDES ou da Petrobras, enquanto o segundo tratava sobre uma possível intervenção do novo governo na Lei das Estatais, conforme apontou a consultoria de risco político Eurasia.

Preocupações com nomeação de Aloizio Mercadante e mudanças na Lei das Estatais são contornadas

Recentemente, agentes financeiros expressaram preocupação com a possível nomeação do ex-ministro Aloizio Mercadante para o cargo de presidente do BNDES ou da Petrobras. Isso se deve principalmente às declarações feitas por ele sobre alterações na Taxa de Longo Prazo (TLP). No entanto, conforme informado pelo Valor, Mercadante procurou a Febraban e afirmou que não há espaço fiscal para políticas de subsídios. Isso contribuiu para o alívio desses temores.

Outro assunto que preocupava os agentes financeiros era a possibilidade de intervenção do novo governo na Lei das Estatais. No entanto, o futuro ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou que a discussão de alteração da Lei das Estatais não foi tema de nenhuma das reuniões das quais participou. Isso também contribuiu para que os temores sobre mudanças na lei fossem contornados.

Ainda de acordo com Cleber Alessie, gerente de mesa de derivativos da Commcor DTVM, não é apenas a incerteza sobre o novo governo que está pesando sobre o mercado financeiro no Brasil.

Ele também mencionou o “desconforto fiscal” como um fator importante. “Mesmo que o gasto adicional permitido pela PEC da Transição fique em torno de R$ 150 bilhões, o montante é uma pedra no sapato em termos fiscais. Isso com certeza, ao lado de alguns nomes polêmicos na equipe de transição, impede que o CPI dos EUA tenha um efeito maior”, afirmou Alessie.

Alessie acrescentou que, depois desses dados, o mundo ficou mais ciente de que o cenário é favorável ao risco, mas o investidor também está atento ao momento brasileiro. “Podemos ficar fora da festa, a depender dos próximos capítulos daqui”, concluiu.

Resumo: O dólar despencou após a divulgação de dados sobre inflação nos EUA e desvalorização da moeda do país, que perdeu fôlego ante as principais divisas de mercados emergentes. No Brasil, a situação foi semelhante, embora o dólar tenha demorado para acompanhar o movimento mais brusco percebido nos pares emergentes. A incerteza sobre o novo governo e o “desconforto fiscal” são fatores que estão pesando sobre o mercado financeiro no Brasil. Além disso, preocupações com a nomeação de Aloizio Mercadante e mudanças na Lei das Estatais foram contornadas.

Com informações do Valor Econômico.

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