O Banco Central do Brasil divulgou seu Panorama do Sistema de Consórcios, revelando que, no final de 2021, os brasileiros possuíam R$ 2,16 bilhões em recursos não utilizados em consórcios.
Estes recursos “esquecidos” incluem valores aos quais ex-participantes de consórcios têm direito após a contemplação ou o encerramento de um grupo, mas que deixam de ser retirados. Eles podem incluir créditos não utilizados, multas, rendimentos, juros ou rateio do saldo do fundo de reserva.
Desde 2008, quando a Lei dos Consórcios (Lei 11.795) entrou em vigor, as administradoras têm autorização para cobrar uma taxa pelo manuseio destes recursos não resgatados.
De acordo com os dados do relatório, essa taxa totalizou R$ 943 milhões em 2021, um aumento de 14,6% em relação ao ano anterior. No ano passado, o número de cotas ativas de consórcios chegou a 8,48 milhões, um aumento de 6,9% em relação ao ano anterior. Estes incluem 4,02 milhões de automóveis, 2,38 milhões de motocicletas, 1,28 milhão de imóveis e 867 mil de outros tipos (veículos pesados, aeronaves, embarcações, eletroeletrônicos, outros bens móveis duráveis e serviços).
O relatório do Banco Central sobre o Sistema de Consórcios também mostrou que, apesar dos impactos da pandemia da Covid-19 na economia e nos consórcios, principalmente no primeiro semestre de 2020, houve uma continuidade da tendência de crescimento nos principais indicadores do segmento no segundo semestre do ano, demonstrando que os consórcios são uma modalidade importante de financiamento para a aquisição de bens e um instrumento de inclusão financeira, especialmente no subsegmento de motocicletas.
A carteira total dos grupos de consórcios alcançou R$ 75,8 bilhões em dezembro de 2021, um aumento de 22,8% em relação ao ano anterior. A inadimplência ficou em 2,50%, comparada com 2,54% no ano anterior. O prazo médio aumentou de 119 para 131 meses, enquanto o valor médio dos crédítos subiu 28,0%, para R$ 55,3 mil.