No último dia 11 de julho, o contraventor Vinicius Drumond foi alvo de um atentado a tiros na Barra da Tijuca, um dos bairros mais emblemáticos do Rio de Janeiro. A investigação da Polícia Civil revelou uma técnica sofisticada utilizada pelos criminosos: seteiras camufladas com insulfilm, que permitiram disparar de fuzis sem serem percebidos. O caso lança luz sobre a crescente onda de violência ligada ao jogo do bicho e à contravenção na capital fluminense.
Técnicas militares em ações criminosas
Os especialistas da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) observaram que o Honda HR-V azul escuro usado no ataque foi adaptado com aberturas discretas que eram praticamente invisíveis à distância devido à película escura dos vidros. Essas “seteiras” são uma técnica tradicional em fortificações, permitindo que os atiradores se mantenham protegidos enquanto disparam contra alvos externos. Embora usadas geralmente em contextos militares, essa prática tem se tornado comum em emboscadas como a que vitimou Drumond.
Após a emboscada, o veículo foi abandonado a poucas horas do ataque, apresentando marcas de tiros e um pneu estourado. A perícia confirmou que pelo menos dois fuzis foram utilizados, e que pelo menos três criminosos participaram da ação.
Detalhes do atentado na Barra da Tijuca
Vinicius Drumond, herdeiro de um dos maiores nomes do jogo do bicho no Rio, foi seguido pelos atiradores após deixar uma academia localizada no Casa Shopping. As informações da Polícia Civil revelaram uma cronologia clara do atentado: os criminosos se posicionaram estrategicamente em um Honda HR-V, emparelharam-se com seu Porsche Taycan Turbo blindado e abriram fogo. Embora o contraventor tenha sido alvo de mais de 30 disparos, ele conseguiu se abaixar e escapar, dirigindo até o Hospital Barra D’Or, onde recebeu atendimento por escoriações leves.
Uma disputa mais profunda
A violência não é nova na vida de Vinicius Drumond, que também está em meio a uma intensa guerra entre contraventores, onde a disputa por territórios do jogo do bicho frequentemente resulta em ataques fatais. Drumond, que herdou uma extensa rede de pontos de jogo e influência em escolas de samba, possui um histórico conturbado, tendo sido alvo de operações policiais por envolvimentos em crimes como furto de petróleo e assassinatos relacionados aos conflitos de poder na contravenção.
Histórico de violência na Barra da Tijuca
A região da Barra da Tijuca não é estranha a episódios de violência ligados ao jogo do bicho. Outros ataques notáveis ocorreram, como o atentado a Paulinho de Andrade em 1998, e em 2010, o contraventor Rogério Andrade sobreviveu a uma explosão enquanto sua família enfrentava ameaças semelhantes. Esses incidentes demonstram o clima de insegurança e as rivalidades acirradas que permeiam o meio.
Investigações em andamento
Atualmente, a polícia está à procura de imagens de câmeras de segurança para elucidar os eventos do dia do atentado. As investigações se concentram em conexões com outros assassinatos e tentativas de homicídio, envolvendo um complexo emaranhado de crime organizado. A utilização de técnicas avançadas como as seteiras camufladas vislumbra a evolução das estratégias dos criminosos no Rio de Janeiro, indicando uma organização que desafia a ação da polícia.
Vinicius Drumond, que também é investigado por assassinatos e conexões com atividades ilegais além do jogo do bicho, continua a ser uma figura polêmica do crime carioca. Sua história está entrelaçada em um contexto de violência e disputa que toca as raízes do submundo do Rio de Janeiro, perpetuando um ciclo de medo e embate.
Com o aumento da percepção sobre a violência das organizações criminosas, a sociedade carioca observa atentamente as consequências desses eventos e as respostas das autoridades competentes. O atentado contra Drumond reforça um cenário alarmante que requer atenção e ação efetiva das forças de segurança.