Rio de Janeiro — Na véspera da cúpula do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve um dia agitado, realizando cinco encontros bilaterais com autoridades de países como Etiópia, Vietnã, Nigéria, Emirados Árabes e China. O foco dessas reuniões foi discutir a ampliação das relações comerciais, direitos humanos e questões ambientais.
Encontros bilaterais e seus significados
Entre os líderes que Lula encontrou, destacam-se:
- Abiy Ahmed Ali, primeiro-ministro da Etiópia;
- Pham Minh Chinh, primeiro-ministro do Vietnã;
- Bola Tinubu, presidente da Nigéria;
- Xeique Khaled bin Mohamed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro de Abu Dhabi;
- Li Qiang, primeiro-ministro da China.
Durante a conversa com o primeiro-ministro da Etiópia, Lula defendeu a importância do multilateralismo e propôs uma reforma nas instituições globais, tema que tem sido central em sua agenda dentro do Brics. Com a Etiópia assumindo a presidência da União Africana, o país se comprometeu a participar da COP30, conferência que ocorrerá em Belém (PA).
O foco nas relações comerciais
No encontro com o premiê do Vietnã, Lula abordou temas comerciais, manifestando o interesse em um acordo entre o Mercosul e o Vietnã. Este é um passo crucial para fortalecer os laços comerciais entre a América do Sul e o Sudeste Asiático. Um acordo de cooperação também foi assinado, focando em ciências, tecnologia e inovação, indicadores da busca por uma parceria mais estratégica.
Com o príncipe herdeiro dos Emirados Árabes, Lula conversou sobre o avanço nas negociações de um acordo comercial com o Mercosul. O compromisso é que esse pacto seja finalizado até o fim de seu mandato, previsto para dezembro. A situação no Oriente Médio também foi uma pauta relevante, abordando a busca por soluções para os conflitos naquela região.
Estímulo ao turismo e oportunidades de negócios
Além das questões comerciais, Lula se reuniu com o presidente da Nigéria, Bola Tinubu, onde discutiram a criação de voos diretos entre os dois países, com o objetivo de aumentar o turismo e facilitar negócios. Foi aprovado também a realização de um fórum empresarial durante a visita de Tinubu ao Brasil, marcada para agosto.
No encontro com Li Qiang, da China, os dois líderes discutiram temas como agronegócio, ciência e tecnologia e meio ambiente. Li expressou compromisso para acelerar os trâmites do reconhecimento do Brasil como livre de gripe aviária e febre aftosa sem vacinação. Lula também reforçou o pedido de apoio chinês na criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, voltado para a preservação de áreas florestais tropicais.
A importância do Brics para o Brasil
A cúpula do Brics, que se aproxima, é uma oportunidade valiosa para o Brasil fortalecer sua posição no cenário internacional, promovendo parcerias que possam gerar desenvolvimento sustentável, troca de tecnologias e apoio em diversas áreas. O foco em um Brasil mais inclusivo e sustentável está alinhado com os interesses de várias nações que compõem o bloco.
Assim, as reuniões de Lula não apenas preparam o terreno para a cúpula do Brics, mas também refletem uma estratégia clara de reconectar o Brasil com suas potencialidades comerciais e alianças estratégicas, desejando um papel ativo no multilateralismo e em discussões que moldam o futuro do comércio e do meio ambiente no mundo.
Com um panorama de negócios se expandindo e uma agenda ambiciosa, o país se posiciona para um fortalecimento de sua economia e engajamento nas questões globais, priorizando sempre o desenvolvimento sustentável e a justiça social.
Leia mais sobre as posições do Brasil na cúpula do Brics e como as iniciativas em torno do comércio e meio ambiente podem impactar o futuro do país.