A Colômbia e o Uzbequistão foram aprovados neste sábado como novos membros do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), conhecido como o “banco do Brics”, anunciou Dilma Rousseff, presidente da instituição. A decisão ocorreu durante a reunião anual do banco realizada no Rio de Janeiro, marcando mais uma etapa na expansão do grupo, que agora conta com novos associados que fortalecerão sua atuação no cenário global.
Expansão do NDB e negociações com outros países
Durante a coletiva, Dilma destacou que o NDB está aberto à entrada de mais membros, ressaltando que negociações estão em andamento com diversos países interessados em aderir à instituição. Um dos principais candidatos é o Irã, que já é membro do Brics e expressou um forte desejo de se integrar ao NDB. No entanto, a ex-presidente evitou especificar nomes, enfatizando que a adesão do Irã depende de fatores como a classificação de risco do banco, especialmente considerando as sanções econômicas enfrentadas pelo país persa.
O contexto das negociações internacionais
É importante notar que em 2022 o NDB suspendeu todas as suas transações com a Rússia, em resposta às incertezas geradas pela guerra na Ucrânia. No mês passado, Dilma recebeu na sede do banco, em Xangai, uma delegação iraniana liderada pelo presidente do Banco Central do Irã, Mohamad Reza Farzin, que manifestou apoio à entrada do país na instituição. Essas interações demonstram a complexidade das relações internacionais que o banco precisa gerenciar ao considerar novas adesões.
Perfil do banco e resultados em uma década de atuação
Fundado em 2014 durante a cúpula do Brics em Fortaleza, sob a gestão de Dilma Rousseff, o NDB completou dez anos de operação nesta semana. Desde sua criação, foram aprovados 122 projetos, totalizando US$ 40 bilhões, com US$ 22,4 bilhões já desembolsados. No Brasil, são 29 projetos no valor de US$ 7 bilhões, dos quais US$ 4 bilhões já foram pagos, segundo balanço da instituição. Esses dados refletem a importância do banco no financiamento de projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países emergentes.
Um ponto de destaque mencionado por Dilma é que o NDB se diferencia de outros bancos multilaterais, uma vez que suas aprovações não estão condicionadas a critérios políticos ou ideológicos. “Nós não impusemos aos países quais são as prioridades deles. Damos nossa opinião, mas o financiamento não está condicionado a isso”, afirmou. “Respeitamos a soberania e as prioridades de cada país.” Essa postura tornou o NDB uma alternativa viável para países que buscam financiamento sem interferências externas.
Perspectivas futuras e o papel do banco no desenvolvimento
Dilma ressaltou que existe uma lista de países na mira do NDB, que está sendo avaliada pelo conselho de governadores. Todavia, ela não revelou nomes explicitamente, reforçando o compromisso de sigilo nas negociações. A presidente reiterou que o banco continuará atuando sem interferências políticas e reafirmou o compromisso com a inclusão de mais integrantes na instituição. Isso aponta para uma tendência crescente do NDB em se consolidar como um agente importante no financiamento das necessidades de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países membros.
A inclusão da Colômbia e do Uzbequistão representa mais um passo na afirmação do NDB no cenário financeiro global, refletindo a diversidade e a força do Brics como um bloco econômico. Com novos membros, o NDB poderá expandir seu alcance e aumentar sua capacidade de investimento em projetos que promovam um desenvolvimento mais igualitário e sustentável em diversas regiões do mundo.
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