Governo Lula pressiona por fim da escala 6×1 em busca de apoio popular

Com a aproximação das eleições de 2026, o governo Lula intensifica propostas para abolir a jornada 6×1, visando conquistar o eleitorado.

Breaking News

Com as eleições de 2026 se aproximando, o Palácio do Planalto intensificou a campanha para acabar com a escala de trabalho 6×1. Em um cenário de desgastes nas redes sociais e crises nas relações com o governo Lula, a proposta de reduzir a jornada de trabalho surge como uma estratégia para conquistar o eleitorado.

A visão do governo sobre a escala 6×1

O governo, especialmente entre os petistas, acredita que transformar o debate sobre a jornada de trabalho em uma bandeira do governo é uma forma de se posicionar em relação ao eleitorado. No entanto, a realidade legislativa se mostra desafiadora. Uma pesquisa realizada pela Quaest e divulgada em 2 de julho indica que 70% dos deputados federais são contrários ao fim da escala 6×1, sugerindo dificuldades em avançar com quaisquer propostas nesse sentido.

O que é a escala 6×1?

  • Definição: A escala 6×1 é um formato de trabalho onde o colaborador atua por seis dias sequenciais e tem um dia de folga, que pode ser em qualquer dia da semana. Segundo as leis em vigor, o trabalhador deve ter pelo menos um domingo de descanso a cada sete semanas.
  • Setores que utilizam a escala: Comum em áreas que exigem operação ininterrupta, como comércio, indústrias, hospitais e serviços essenciais.
  • Carga horária: Geralmente, a jornada na escala 6×1 é de até 8 horas diárias, totalizando até 44 horas semanais.
  • Propostas para a eliminação da escala: A deputada federal Érika Hilton (PSol-SP) já apresentou uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) para acabar com essa escala. Recentemente, a bancada do PT protocolou um Projeto de Lei similar.

Novas propostas em andamento

Nesta semana, o Partido dos Trabalhadores (PT) formalizou um projeto de lei que visa abolir a escala de trabalho 6×1 e propor uma redução da carga semanal de 44 para 36 horas, sem redução salarial. Isso demonstra um interesse claro do governo em explorar a questão e encontrar um meio de driblar a resistência parlamentar.

A disputa entre propostas

A escolha do PT de protocolar um projeto de lei em vez de uma PEC reflete uma estratégia consciente, já que um Projeto de Lei requer menos votos para aprovação do que uma PEC, que necessita de 308 votos. Em janeiro, Érika Hilton (PSol-SP) apresentou uma PEC com a mesma finalidade. Além disso, existe uma proposta semelhante do deputado Reginaldo Lopes (PT-MG).

A resistência do setor privado

Por outro lado, as iniciativas de redução da jornada enfrentam resistência significativa. Os setores contrários argumentam que a diminuição da jornada de trabalho poderia gerar impactos negativos tanto para os empregadores quanto para a economia em geral. A falta de um consenso no Legislativo e as vozes contrárias refletem a complexidade da questão e os interesses diversos que a cercam.

Apoio popular às propostas

Uma pesquisa realizada pela Nexus Pesquisa e Inteligência revelou que 65% da população brasileira apoia o fim da escala de trabalho 6×1. Outros 27% se opõem à redução da jornada, enquanto 5% se posicionam como neutros e 3% não souberam opinar. O levantamento, realizado de 10 a 15 de janeiro com 2 mil participantes, apresenta um grau de confiança de 95%.

O apoio é ainda mais significativo entre aqueles que estão no mercado de trabalho: 66% a favor do fim da escala 6×1. A aprovação chega a 73% entre desempregados e 76% entre jovens de 16 a 24 anos. Contudo, entre aposentados, pensionistas, estudantes e donas de casa, o apoio reduz para 61%, o que demonstra a segmentação do apoio conforme diferentes grupos da população.

Em resumo, enquanto o governo busca capitalizar em um tema que parece ressoar com grande parte da população, a realidade do Congresso e as opiniões divergentes ainda tornam a possibilidade de mudança um desafio complexo e multifacetado.

Fonte

PUBLICIDADE

Notícias

Institucional

Para você