Brasília – Um estudo conduzido pelo pesquisador Adolfo Barbosa da Silva, do Serviço Geológico do Brasil (SGB), revela novas perspectivas para o setor mineral e a pesquisa acadêmica na cratera Redondão, localizada na Bacia do Parnaíba. A pesquisa combinou dados geofísicos e de sensoriamento remoto para identificar minerais associados a rochas kimberlíticas, conhecidas por abrigar diamantes e fragmentos do manto terrestre.
Tecnologia avançada foi decisiva no mapeamento mineral
O estudo destacou o uso integrado de gamaespectrometria aérea e imagens de satélite, ferramentas que permitem mapear a composição mineral das rochas com maior precisão. A abordagem auxiliou na identificação de minerais como flogopita e diopsídio, frequentemente encontrados em kimberlitos.
Além disso, foram utilizados índices minerais derivados de imagens do Infravermelho Termal (TIR), uma técnica amplamente reconhecida internacionalmente, mas ainda pouco aplicada no Brasil no contexto de mapeamento geológico. Essa inovação reduz custos e otimiza as campanhas de campo, permitindo identificar alvos prioritários para exploração mineral com maior eficiência.
Contribuições para o setor mineral
O estudo aponta um grande avanço para a mineração ao reduzir o tempo e os recursos necessários para identificar potenciais depósitos de diamantes e outros minerais de alto valor econômico. A aplicação de tecnologias geocientíficas acessíveis também oferece novas possibilidades para a compreensão da geologia nacional, fortalecendo a competitividade do Brasil no setor mineral.
Publicação e relevância acadêmica
Os resultados da pesquisa foram publicados no Journal of the Geological Survey of Brazil, sob o título: “Inference of minerals at Redondão kimberlite crater, Parnaíba Basin, Brazil, based on interpretation of airborne gamma-ray spectrometry and ASTER data”. A publicação destaca a importância de combinar metodologias modernas para investigar formações geológicas complexas, como a cratera Redondão.
Potencial de diamante na Bacia do Parnaíba
Kimberlitos são rochas de grande relevância para a mineração e para o avanço da ciência. Elas podem conter não apenas diamantes, mas também minerais oriundos do manto terrestre, proporcionando dados valiosos sobre a composição profunda da Terra. Apesar disso, sua identificação no campo é desafiadora devido às suas dimensões reduzidas e características específicas.
A pesquisa do SGB demonstra como o uso de tecnologias avançadas pode transformar o mapeamento geológico, contribuindo para a exploração mineral sustentável e para o desenvolvimento científico do Brasil.
A cratera Redondão, localizada em uma região estratégica, reforça o potencial mineral do país e destaca a importância de iniciativas que aliam inovação e ciência na busca por novos recursos.