Países Latino-Americanos se reúnem para debater deportações nos EUA e impasses diplomáticos

Celac convoca reunião de emergência para discutir deportações nos EUA e tensões diplomáticas com os Países Latino-Americanos.

Breaking News

A Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) se reunirá em caráter de emergência na próxima quinta-feira (30) para tratar das deportações de imigrantes ilegais pelo governo dos Estados Unidos.

O encontro, solicitado pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi organizado pela presidente de Honduras, Xiomara Castro, que atualmente preside a Celac. A reunião será realizada em formato híbrido, com Petro participando presencialmente na capital hondurenha, Tegucigalpa.

A convocação reflete as tensões recentes entre os Estados Unidos e países latino-americanos devido à forma como os imigrantes estão sendo deportados. O pedido de Petro foi motivado pela recusa da Colômbia em aceitar, no último domingo (26), a entrada de aviões militares norte-americanos que transportavam imigrantes colombianos deportados.

O presidente colombiano criticou a prática, afirmando que os deportados devem ser tratados com dignidade.

Petro defende respeito

Em um comunicado divulgado nas redes sociais, Gustavo Petro expressou indignação com a situação.

“Não posso fazer com que imigrantes fiquem em um país que não os quer, mas se esse país os devolve deve ser com dignidade e respeito com eles e com o nosso país. Em aviões civis, sem tratá-los como delinquentes, receberemos nossos compatriotas”, afirmou o presidente colombiano.

Como resposta às críticas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma medida de retaliação comercial, propondo uma taxa de 25% sobre produtos importados da Colômbia. A ameaça de sanções econômicas intensificou o impasse entre os dois países, gerando apreensão sobre os possíveis impactos comerciais e diplomáticos na região.

Impasse superado e diálogo diplomático

Apesar das tensões iniciais, o governo colombiano anunciou na segunda-feira (27) que o impasse foi superado. Segundo o chanceler colombiano Luis Gilberto Murillo, que viajará a Washington para reuniões com autoridades norte-americanas, o país continuará recebendo seus cidadãos deportados, mas exigirá condições dignas para o retorno.

“O governo colombiano reafirma seu compromisso de garantir condições dignas e respeitosas aos deportados, reforçando os canais diplomáticos para proteger os direitos e a dignidade dos nossos cidadãos”, diz um trecho da nota oficial divulgada pelo governo.

Para facilitar o retorno dos deportados, o governo da Colômbia colocou à disposição o avião presidencial, sinalizando um gesto de soberania e cuidado com seus cidadãos. Segundo analistas, a atitude reflete a tentativa de equilibrar a relação com os Estados Unidos sem comprometer os interesses nacionais.

A reunião da Celac e a questão regional

A reunião de emergência da Celac promete ser um espaço estratégico para discutir soluções regionais diante das políticas de imigração norte-americanas. Composta por 33 países, a Celac busca articular uma resposta coletiva às práticas que vêm sendo alvo de críticas de diversas nações latino-americanas. A deportação em massa de imigrantes tem gerado apreensão, especialmente em países como México, Guatemala, El Salvador e Honduras, que enfrentam desafios sociais e econômicos relacionados ao retorno de seus cidadãos.

Líderes da Celac esperam utilizar o encontro para propor medidas conjuntas, como um apelo aos Estados Unidos para respeitar os direitos humanos dos deportados e reconsiderar o uso de aviões militares no processo. Segundo especialistas, a iniciativa também poderá abrir espaço para que os países latino-americanos reforcem sua posição de unidade frente a decisões unilaterais da Casa Branca.

Impactos comerciais e políticos

As ações de Trump, incluindo a ameaça de taxar produtos colombianos, ressaltam a crescente complexidade nas relações entre os Estados Unidos e seus parceiros na América Latina. Embora o impasse com a Colômbia tenha sido resolvido, a resposta inicial de Washington levantou preocupações sobre a possibilidade de novas retaliações contra outros países que contestarem as políticas migratórias norte-americanas.

Além das questões diplomáticas, os efeitos comerciais de um eventual aumento de tarifas poderiam ser significativos. A Colômbia exporta uma ampla gama de produtos para os Estados Unidos, incluindo café, flores e minérios. Qualquer alteração nas condições de mercado pode afetar negativamente setores importantes da economia colombiana.

PUBLICIDADE

Notícias

Institucional

Para você