Nesta quinta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que se encontra em melhor forma física do que aos 60 anos e que está aberto à possibilidade de concorrer à reeleição em 2026. Essa declaração veio à tona durante uma entrevista à TV Record, onde Lula enfatizou sua disposição de agir para impedir o retorno da extrema direita ao poder. O presidente também fez questão de direcionar críticas ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que se posiciona como aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A crítica de Lula a Tarcísio
Sem rodeios, Lula critico Tarcísio, fazendo referência ao boné de campanha desse que traz o slogan “Make Brazil Great Again”, emulando a famosa frase de Donald Trump. Ele disparou: “Se eu vou ser candidato ou não é outros 500. Agora, os loucos que governaram esse país não voltam mais. O seu Tarcísio pode tirar, não vale tentar esconder o chapeuzinho do Trump não, Tarcísio. Pode ficar mostrando pra gente saber quem você é. Está cheio de lobo com pele de carneiro.”.
Embora a possibilidade de sua candidatura em 2026 não esteja confirmada, Lula se mostrou disposto a entrar na disputa caso acredite que sua participação seja crucial para o país. “Se for necessário ser candidato para evitar isso [o retorno da direita], estarei candidato”, declarou o presidente, reforçando sua preocupação com a situação política atual.
Conflito político e econômico com os EUA
A escalada de tensões entre Brasil e Estados Unidos resultou na convocação do encarregado de negócios da Embaixada dos EUA, Gabriel Escobar, pelo governo brasileiro. O Itamaraty, em uma atitude enfática, expressou sua preocupação com novas políticas tarifárias impostas por Trump, considerando a carta enviada a Lula “ofensiva” e repleta de “inverdades”.
A resposta de Tarcísio foi rápida, criticando o governo federal e afirmando que Lula “colocou sua ideologia acima da economia”. O governador questionou a postura do governo atual em relação ao ex-presidente e ressaltou que a responsabilidade pelas relações com os Estados Unidos recai sobre quem está no poder atualmente.
“Lula colocou sua ideologia acima da economia, e esse é o resultado. Tiveram tempo para prestigiar ditaduras, defender a censura e agredir o maior investidor direto no Brasil. Outros países buscaram a negociação”, afirmou Tarcísio nas redes sociais, acentuando a polarização política do momento.
A resposta de Lula às tarifas norte-americanas
Na sequência das novas tarifas impostas pelos EUA, Lula deixou claro que o Brasil não levará essas medidas de forma leviana. Ele afirmou que qualquer elevação de tarifas de maneira unilateral seria tratada com rigor, destacando a existência da Lei de Reciprocidade Econômica, que permite ao país tomar contramedidas contra ações comerciais hostis.
“Primeiro, do ponto de vista diplomático, tem várias medidas a serem tomadas. Nós podemos recorrer à OMC (Organização Mundial do Comércio) e enviar investigações a outros países pedindo coerência dos Estados Unidos. Mas o que mais vai valer é o seguinte: nós temos a Lei da Reciprocidade, que foi aprovada no Congresso Nacional. E não tenha dúvida. Primeiro, vamos tentar negociar, mas se não houver negociação, a Lei da Reciprocidade será colocada em prática. Se eles vão cobrar 50% de nós, nós vamos cobrar 50% deles”, explicou Lula, ressaltando a firmeza necessária nas relações externas do Brasil.
As perspectivas políticas futuras
A declaração de Lula sobre a possibilidade de sua candidatura em 2026 se insere em um cenário político brasileiro cada vez mais polarizado. As tensões entre o governo e os opositores não demonstram sinais de arrefecimento, especialmente com as próximas eleições se aproximando. A defesa de Lula por uma agenda progressista e o combate ao retorno de ideais de extrema direita devem se tornar centrais em sua estratégia, independentemente da sua decisão final acerca da candidatura.
Além disso, o clima político no Brasil, notoriamente dividido entre distintas ideologias, levanta questões preocupantes sobre as alianças e estratégias que serão moldadas nas próximas disputas eleitorais. É crucial que eleitores e analistas políticos acompanhem de perto as palavras e ações de Lula enquanto o país navega por esses tempos tumultuados.
