Deputado Júnior Mano é alvo de operação da PF por desvio de emendas

Deputado é investigado por envolvimento em esquema de corrupção que desviava emendas parlamentares no Ceará.

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No centro de uma investigação da Polícia Federal (PF), o deputado Júnior Mano, do PSB-CE, é acusado de estar envolvido em um esquema de desvios de emendas parlamentares, onde prefeituras manipuladas teriam que pagar uma taxa de retorno de até 12% para conseguir recursos destinados a obras e serviços. A apuração não se limita apenas a Mano, mas também menciona o atual líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que, apesar de negações, é citado no contexto. A operação, que ocorreu nesta terça-feira, teve mandados de busca e apreensão no gabinete do deputado em Brasília e na sua residência em Fortaleza.

O papel de Júnior Mano e suas denúncias

De acordo com a PF, Júnior Mano é descrito como um dos principais manipuladores dos pleitos eleitorais, utilizando tanto a compra de votos quanto o direcionamento de recursos públicos desviados. Informações obtidas pela investigação indicam que os valores desviados seriam utilizados para financiar campanhas eleitorais de aliados do deputado que concorreram às prefeituras do interior do Ceará em 2024.

A operação investiga se as emendas indicadas para várias cidades cearenses abasteceram licitações fraudulentas. Mensagens trocadas entre Carlos Alberto Queiroz, conhecido como Bebeto, um dos principais envolvidos e ex-candidato a prefeito de Choró, revelam que a prática de pagamento de “pedágio” ou “imposto” estava institucionalizada dentro do grupo criminoso.

Reações e defesas dos envolvidos

Em nota, Júnior Mano negou todas as irregularidades, reiterando que não tem ingerência sobre atos administrativos relacionados a prefeituras. Ele afirmou que a verdade será revelada ao final da investigação, quando sua “correção de conduta” será reconhecida. O deputado José Guimarães, que também faz parte da investigação, alegou que não enviou emendas para os municípios citados e desafiou os investigadores a confirmarem sua posição através de registros públicos.

Enquanto isso, a assessoria de Eunício Oliveira e também de Yuri do Paredão, ambos mencionados na investigação, insistem que as emendas destinadas por seus respectivos deputados foram feitas de maneira transparente e dentro da legalidade. Yuri do Paredão, através de sua assessoria, defendeu a seriedade com que conduz suas ações, afirmando que todos os recursos estão disponíveis no Portal da Transferência da Câmara dos Deputados.

Implicações mais amplas da investigação

Os desdobramentos dessa operação da Polícia Federal podem implicar não apenas os deputados mencionados, mas também outros envolvidos no sistema de corrupção estabelecido. Os investigadores acreditam que há uma rede ampla que favorece empresas ligadas a operadores políticos, e a colaboração entre diferentes stakeholders políticos gera um ambiente propício para a corrupção institucionalizada.

A PF também encontrou evidências que sugerem que a ex-prefeita de Canindé, que se recusou a devolver 10% de emendas atribuídas a Guimarães, rompeu com Mano após esse episódio. Isso exemplifica como as emendas, que deveriam servir ao interesse público, se transformaram em moeda de troca para favorecer interesses políticos pessoais e partidários.

Próximos passos na investigação

Com o ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal autorizando os mandados de busca, a investigação da PF se aproxima de um ponto crítico, onde as diligências investigativas terão que se aprofundar na relação entre os deputados e o esquema de corrupção. A complexidade do caso e as conexões entre figuras políticas importantes ilustram a persistência e a resistência que a corrupção pode apresentar dentro do sistema político brasileiro.

Conforme os fatos se desenrolarem, eles podem redefinir a narrativa política no Ceará e ainda implicar em outros nomes no cenário nacional, refletindo a necessidade urgente de uma revisão das práticas dentro da legislação que rege emendas e alocação de recursos públicos.

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