Polícia Federal realiza operação no gabinete do deputado Júnior Mano

Operação investiga desvio de recursos públicos e pode impactar as eleições municipais de 2024.

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A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação de busca e apreensão no gabinete do deputado federal Júnior Mano (PSB-CE) nesta terça-feira, que se prolongou por cerca de seis horas. As diligências tiveram início às 6h30 e se estenderam até as 12h30, com a participação de ao menos cinco agentes da PF e da Polícia Legislativa. O deputado nega qualquer tipo de irregularidade, afirmando estar à disposição das investigações.

Operação Underhand e suas implicações

A ação faz parte da Operação Underhand, que visa investigar uma suposta organização criminosa envolvida no desvio de recursos públicos, através de fraudes em licitações e contratos administrativos. Além de Júnior Mano, a operação envolve cinco empresários cearenses, todos suspeitos de manipulação de processos licitatórios em benefício de empresas ligadas ao esquema. Segundo a PF, esse grupo teria direcionado verbas públicas para municípios cearenses em troca de pagamentos de propinas.

As investigações indicam que contratos fraudulentos podem ter sido utilizados para financiar campanhas eleitorais de forma ilegal no Ceará. Observadores afirmam que essa situação vem à tona em um momento crucial, considerando a proximidade das eleições municipais de 2024, o que intensifica a necessidade de transparência nas ações políticas. Os investigadores acreditam que os recursos desviados podem ter alimentado um esquema de caixa dois, levantando sérias preocupações sobre a ética nas campanhas políticas.

Detalhes da operação e mandados cumpridos

A Operação Underhand, que conta com o suporte da Controladoria-Geral da União (CGU), envolve o cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As ações não são exclusivas de Brasília, abrangendo também Fortaleza e outras quatro cidades do Ceará. Em um desdobramento significativo, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 54,6 milhões em contas bancárias que estão relacionadas ao caso.

No início das diligências, o superintendente da PF, Andrei Rodrigues, contatou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para informá-lo sobre as buscas na Casa do Povo. Este trabalho da PF tem como base uma denúncia inicial feita pela prefeitura de Canindé, uma das localidades afetadas pela operação.

Notificações e declarações do deputado

Em uma nota oficial, Júnior Mano refutou veementemente todas as acusações, manifestando sua confiança nas instituições democráticas. Ele ressaltou: “O deputado Júnior Mano não tem qualquer participação em processos licitatórios, ordenação de despesas ou fiscalização de contratos administrativos.” Além disso, Mano destacou que, como parlamentar, não exerce funções executivas ou administrativas nas prefeituras e que não participa de comissões de licitação.

“Estou comprometido com a legalidade, a transparência e a correta função pública”, reiterou. Ele acredita que, ao final da apuração, a verdade será reconhecida e sua inocência será comprovada. A declaração de Mano reflete o sentimento de muitos políticos que, durante investigações, buscam reafirmar sua integridade e compromisso com a lei.

Implicações legais e futuras investigações

A Operação Underhand investiga uma gama de crimes, incluindo organização criminosa, captação ilícita de votos, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica com objetivo eleitoral. A apuração teve início na superintendência da PF no Ceará, o que demonstra a seriedade das denúncias e o intensivo esforço das autoridades para combater a corrupção nas estruturas públicas.

O cenário de crescente preocupação com a corrupção e o uso inadequado de recursos públicos em campanhas eleitorais torna a situação do deputado Mano e dos empresários implicados um tema relevante para cidadãos cearenses. O desdobramento dessa investigação será acompanhado atentamente, principalmente considerando a importância de garantir que os processos eleitorais se mantenham íntegros e transparentes.

Este episódio pode servir como um alerta para futuros legisladores e candidatos em busca de cargos públicos, ressaltando a imprescindibilidade da ética e da transparência em suas ações. O compromisso com uma sociedade justa e responsável começa na honestidade dos seus representantes.

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