No último domingo, 6 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exerceu seu direito de voto na eleição que definirá a nova liderança do Partido dos Trabalhadores (PT). A votação teve um caráter especial, pois a sigla levou uma urna até o hotel onde Lula estava hospedado, no Rio de Janeiro, permitindo que ele participasse diretamente do pleito. Ao longo do dia, quase 3 milhões de filiados estavam convocados a escolher as novas direções municipais, estaduais e nacional do partido para os próximos quatro anos.
Edinho Silva é o candidato preferido de Lula
O candidato apoiado por Lula para liderar o PT é Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP). Lula se encontra no Rio desde quinta-feira, 3 de julho, para participar da Cúpula do Brics. Atualmente, a presidência do PT está nas mãos do senador Humberto Costa (PT-CE), que ocupa o cargo de forma interina após a licença de Gleisi Hoffmann, que assumiu o Ministério das Relações Institucionais. Gleisi esteve à frente da sigla por quase oito anos, desde 2017.
Candidatos em destaque
Além de Edinho Silva, que conta com o apoio de figurões do partido como Gleisi Hoffmann, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, outros três candidatos disputam a presidência do PT, embora com chances mínimas de avançar para um segundo turno:
- Rui Falcão, deputado federal por São Paulo e ex-presidente do partido;
- Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais;
- Valter Pomar, historiador e outros.
Exclusão dos votos de Minas Gerais
É importante notar que a eleição do PT neste domingo ocorreu sem a participação dos filiados de Minas Gerais. A votação no estado foi adiada em razão de uma decisão judicial favorável à candidatura da deputada federal Dandara à presidência da legenda local. A justificativa do partido para o adiamento se deu pelo fato de que não haveria tempo hábil para incluir o nome da parlamentar nas cédulas de votação. Dandara havia visto sua candidatura suspensa inicialmente devido a uma dívida partidária de cerca de R$ 130 mil.
A deputada argumenta ter solucionado a pendência dentro do prazo estipulado, mas um erro bancário acabou atrasando o processo. Seu nome é apoiado pelo atual presidente do PT mineiro, Cristiano Silveira, e pelo deputado federal Reginaldo Lopes. Até o momento, não há uma data definida para a realização da votação em Minas, mas uma reunião do diretório nacional está agendada para a próxima terça-feira, 8 de julho, para discutir a situação do estado. Mesmo assim, o partido prevê anunciar seu novo presidente até segunda-feira, 7 de julho, após a contagem de votos nacionalmente.
Situação eleitoral em diversos estados
- No Distrito Federal e no Rio Grande do Sul, a disputa está acirrada, com cinco e seis candidatos, respectivamente.
- No Paraná, a ministra Gleisi Hoffmann apoia o atual presidente do PT-PR, deputado estadual Arilson Chiorato, enquanto o deputado federal Zeca Dirceu, filho do ex-ministro, é outro candidato relevante.
- No Espírito Santo, o embate está entre a deputada federal Jack Rocha e o ex-prefeito da capital, João Cóser.
- Na Bahia, a disputa envolve o ministro Rui Costa, que apoia Jonas Paulo, enquanto Jaques Wagner, líder do governo no Senado, é favorável a Tássio Brito.
- No Rio de Janeiro, o deputado Reimont, apoiado por outros parlamentares, enfrenta uma rivalidade interna com Diego Zeidan, filho do prefeito de Maricá.
Essas disputas internas revelam as diferentes visões que existem dentro do PT sobre a estratégia que o governo Lula deve seguir para as próximas eleições presidenciais e são uma prévia das disputas por candidaturas em 2026, que incluirão a eleição ao Senado Federal e a formação de alianças com outros partidos.
O desenrolar dessas eleições e suas consequências para o futuro do PT e do cenário político brasileiro são temas que certamente mobilizarão a atenção de muitos brasileiros nos próximos dias. Acompanhe as atualizações e eventos relacionados a esse importante momento político em nossa plataforma.
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