Lula critica ONU e defende reforma do multilateralismo na cúpula do Brics

Presidente Lula ressaltou a urgência de mudanças no multilateralismo durante a cúpula, abordando conflitos e a situação na Palestina.

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Rio de Janeiro — Em um discurso incisivo na cúpula do Brics, realizada no último domingo (6/7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não hesitou em criticar a atuação do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU). Ao abordar temas de paz e segurança e a reforma da governança global, o presidente ressaltou o estado alarmante em que se encontra o multilateralismo, pedindo urgência para o fim de conflitos ao redor do mundo.

Desafios do multilateralismo no contexto atual

Lula iniciou sua fala ressaltando que esta é a quarta vez que o Brasil sedia uma Cúpula do Brics, mas alertou que o cenário global atual é mais desafiador do que nas edições anteriores. Ele fez referência ao 80º aniversário da ONU, comemorado no último dia 26 de junho, e apontou para um “colapso sem paralelo” do multilateralismo, evidenciado pela inação das instituições diante de crises globais.

“As reuniões do Conselho de Segurança da ONU reproduzem um enredo cujo desfecho todos conhecemos: perda de credibilidade e paralisia. Ultimamente sequer é consultado antes do início de ações bélicas”, denunciou Lula.

O presidente enfatizou que o foco excessivo em gastos militares e intervenções estrangeiras contribui para a inefetividade da ONU, que tem se mostrado incapaz de promover soluções eficazes em tempos de guerra. “Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais”, acrescentou.

A crise humanitária na Palestina

Durante seu discurso, Lula também abordou a situação crítica na Faixa de Gaza, condenando as ações do Hamas, ao mesmo tempo em que denunciou o que chamou de “genocídio” perpetrado por Israel. Ele destacou a necessidade de se olhar para a matança indiscriminada de civis inocentes e a utilização da fome como arma de guerra.

“Absolutamente nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas. Mas não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza”, expressou o presidente.

Lula defende que a solução para o conflito só será alcançada por meio do fim da ocupação israelense e pela criação de um Estado palestino soberano, respeitando as fronteiras definidas em 1967. Com isso, o Brasil reafirma seu compromisso com a paz e a justiça social em nível internacional.

A importância da reforma da governança global

O presidente brasileiro não se limitou a abordar as crises em particular, mas também fez um apelo geral pela reforma da governança global. Ele enfatizou que as estruturas atuais não são mais adequadas para enfrentar os desafios contemporâneos, e destacou que a participação de países em desenvolvimento, como os que compõem o Brics, deve ser ampliada nas discussões internacionais.

“É fundamental que o Brics se una e fortaleça a sua voz no cenário global, demandando por uma governança mais justa e equitativa”, afirmou. Essa mensagem ressoa tanto nas expectativas a curto prazo sobre a cúpula do Brics quanto nas diretrizes de política externa do Brasil sob sua liderança.

Ao longo de sua apresentação, Lula gracidamente aceitou o convite para dialogar com outros líderes presentes, reafirmando que o fortalecimento do multilateralismo, com um compromisso compartilhado para resolver crises globais, é imprescindível para um futuro de paz.

O clima durante a cúpula deve continuar a permitir diálogos enriquecedores, onde líderes mundiais busquem soluções conjuntas para os constantes desafios que o mundo enfrenta. O Brasil, sob a presidência de Lula, parece determinado a ocupar uma posição de destaque nesse debate, defendendo uma agenda que priorize não apenas a paz, mas também a justiça social e os direitos humanos.

Para mais informações sobre a cúpula do Brics e suas implicações, acesse [Metropoles](https://www.metropoles.com/brasil/lula-fala-em-colapso-do-multilateralismo-e-critica-paralisia-da-onu).

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