Ex-diretora de presídio na Bahia enfrenta novas acusações de corrupção

Joneuma Silva Neres, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, é acusada de facilitar fuga de detentos e encomendar assassinato.

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A ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, que estava presa desde janeiro, agora enfrenta novas acusações. A investigação do Ministério Público da Bahia (MP-BA) alega que ela não só facilitou a fuga de 16 detentos em dezembro de 2024, mas também teria encomendado o assassinato de um jovem que a chamou de “miliciana” nas redes sociais.

Fuga de detentos e assassinato planejado

Segundo o MP-BA, a situação começou quando Alan Quevin Santos Barbosa publicou postagens criticando a diretora, afirmando que ela estava “trabalhando politicamente para determinados candidatos” e facilitava a entrada de produtos ilícitos no presídio. Joneuma, em resposta, ficou irritada com os comentários e pediu a um detento, Ednaldo Pereira de Souza, conhecido como “Dadá”, que “dissesse um jeito” para lidar com Alan. Este detento é apontado como chefe de uma facção criminosa e também teria mantido um relacionamento amoroso com Joneuma.

Em 7 de junho de 2024, Alan foi sequestrado em sua casa por membros da facção. O documento do MP-BA afirma que, após o sequestro, Alan foi assassinado e seu corpo jogado em um lugar que ainda não foi encontrado pela polícia.

Regalias e violações no sistema prisional

As investigações revelaram que Joneuma concedia regalias aos detentos, como refeições especiais, acesso a equipamentos sonoros e até mesmo a entrada de um caixão e um corpo na unidade penal, permitindo que um detento “velasse” a avó dentro do presídio. Além disso, detentos relataram que durante o Dia da Consciência Negra, eles receberam acarajés e participaram de rodas de capoeira, com a diretora também presente.

Testemunhas mencionaram que a unidade estava sob controle de facções criminosas e que havia troca de favores. Joneuma e o ex-coordenador de segurança, Wellington Oliveira Sousa, são acusados de elevar o status de detentos ligados a facções, permitindo que eles circulassem livremente na prisão e atuassem como intermediários.

Detalhes sobre a fuga

A fuga em massa, que ocorreu no dia 12 de dezembro de 2024, foi cuidadosamente planejada. Segundo as investigações, Joneuma e Wellington facilitaram a entrada de ferramentas que permitiram que detentos fizessem um buraco no teto da unidade. Durante as obras no presídio, ferramentas, como uma furadeira de bateria, foram introduzidas de forma discreta no sistema prisional.

Os agentes penitenciários tinham conhecimento do barulho que a ferramenta estava fazendo, mas, segundo os depoimentos, Joneuma e Wellington demoraram a agir para conter a situação. Após a fuga, a ex-diretora foi questionada sobre a ocorrência, mas ninguém se responsabilizou pelas falhas de segurança.

Consequências para Joneuma e Dadá

Atualmente, Joneuma está presa no Conjunto Penal de Itabuna e, após ter dado à luz no presídio, seu bebê está atualmente sob cuidados dela na unidade. Sua irmã e advogada negam qualquer relação amorosa entre Joneuma e Dadá, alegando que a diretora está pagando por um crime que não cometeu.

Por outro lado, Dadá permanece foragido e, segundo as investigações, fugiu para o Rio de Janeiro. Ele é considerado um dos principais líderes da facção criminosa na região.

A atuação da Seap e o impacto nas investigações

A Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização do Estado (Seap) se manifestou, afirmando que não houve conhecimento de qualquer envolvimento de Joneuma com os internos da unidade. A Seap ainda ressaltou que não houve indícios de um plano de fuga sendo preparado sob a supervisão da diretora.

Joneuma e outros envolvidos no caso enfrentam acusações que podem levar a sanções severas, pois as investigações continuam em andamento, com um total de 18 pessoas indiciadas por conta da fuga e dos crimes relacionados. O caso ainda está sob segredo de Justiça, mas as repercussões já estão afetando a opinião pública sobre a segurança e a gestão dos presídios na Bahia.

A situação destaca questões profundas relacionadas à corrupção e à colaboração entre funcionários penitenciários e o crime organizado, revelando como o sistema penal pode ser vulnerável quando entraves administrativos e pessoais se sobrepõem às normas e ao estado de direito.

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