Rio de Janeiro — Em um passo significativo rumo à autonomia digital, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, anunciou neste domingo (6/7) durante a cúpula do Brics no Rio de Janeiro, que os países do bloco concordaram em iniciar um estudo de viabilidade para a construção de um cabo submarino de fibra óptica. O principal objetivo dessa iniciativa é estabelecer um canal seguro para o compartilhamento de dados entre as nações, fortalecendo assim a soberania digital do grupo.
Importância da iniciativa para a soberania digital
Luciana Santos destacou, em suas declarações, a relevância do projeto em uma era cada vez mais “dadocêntrica”, onde a questão dos dados se torna crucial para o desenvolvimento dos países. “Precisamos de um cabo próprio, para que os dados sejam nossos”, enfatizou a ministra, reforçando a necessidade de um sistema seguro para a transmissão de informações. A proposta surge em resposta à dependência atual das redes de fibra óptica que circulam globalmente, as quais são em grande parte controladas por países do norte global. Com a construção de um cabo próprio, os países do Brics buscam garantir maior autonomia e segurança na comunicação.
Busca por apoio financeiro
Para viabilizar o projeto, a ministra anunciou que o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do Brics, será acionado a fim de apoiar o estudo de viabilidade. “Foi uma decisão dos 11 países, e nós vamos buscar o NDB para fazer esse estudo de viabilidade”, ressaltou Santos. Além disso, ela destacou a importância de diversificar as rotas de dados, pois a maioria dos cabos atualmente disponíveis está concentrada em áreas geográficas específicas, criando riscos de interrupções. “Essa é a principal conclusão”, afirmou, sublinhando a relevância da segurança nas comunicações digitais.
Impactos esperados na região
A construção do cabo submarino de fibra óptica não apenas deve aprimorar a conectividade entre as nações do Brics, mas também trazer benefícios significativos para o comércio digital e a cooperação científica. Espera-se que essa infraestrutura promova uma redução nos custos de comunicação e um intercâmbio mais fluido de tecnologia e informações, possibilitando que as nações participantes colaborem de maneira mais eficaz e integrada.
Além disso, ao facilitar o acesso à internet de alta qualidade, o projeto pode servir como um catalisador para investimentos em setores emergentes, como startups de tecnologia e soluções de inteligência artificial, que são fundamentais para o avanço do bloco no cenário global. Dessa forma, a iniciativa representa um passo em direção à modernização das infraestruturas de comunicação da região.
Próximos passos
O próximo passo na implementação deste projeto será a realização do estudo de viabilidade, que tem como objetivo avaliar os aspectos técnicos e financeiros da construção do cabo. Essa etapa é crucial para assegurar que a iniciativa não apenas se torne realidade, mas que também atenda às necessidades de comunicação das nações envolvidas.
Com a execução bem-sucedida do estudo, a expectativa é que o Brics solidifique sua posição no campo tecnológico e promova uma maior integração econômica entre os estados membros, facilitando o diálogo e a colaboração. A proposta de construção do cabo submarino simboliza um avanço importante na cooperação entre as nações do Brics, evidenciando um esforço contínuo para fortalecer os vínculos e assegurar um fluxo seguro e soberano de informações.
Luciana Santos se comprometeu a manter a sociedade informada sobre os progressos e as próximas etapas desse projeto significativo para a agenda digital da região, conforme mais informações forem disponibilizadas e o estudo avançar. Essa iniciativa não só tem o potencial de transformar a comunicação entre os países do bloco, mas também reflete um entendimento profundo das novas realidades da economia digital global.