A batalha digital entre Congresso e governo e o uso de inteligência artificial

Um estudo revela a guerra de informações nas redes sociais sobre o IOF e o impacto da inteligência artificial na política brasileira.

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A intensa disputa entre o Congresso e o governo federal em relação ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ganhou destaque nas redes sociais, onde um recente estudo da Genial Quaest, divulgado nesta sexta-feira (4/7), revelou que 61% das menções foram negativas ao Congresso, enquanto apenas 11% se referiam ao governo. As restantes 28% das citações foram classificadas como neutras.

Inteligência artificial como arma política

Nesta guerra digital, o uso de vídeos criados por inteligência artificial (IA) está se tornando uma estratégia predominante. O Partido dos Trabalhadores (PT), por exemplo, tem utilizado conteúdo gerado por IA para destacar a desigualdade na tributação entre as classes sociais. Um dos vídeos mais impactantes mostra trabalhadores e empresários em uma balança, simbolizando o desequilíbrio onde as camadas mais pobres suportam um fardo tributário maior do que os mais ricos. Com o slogan “Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets”, a peça defende reformas para a promoção de “justiça social”.

Hugo Motta, presidente da Câmara dos Deputados

O uso da inteligência artificial na política é uma tendência que tende a crescer. O cientista político Magno Karl alerta que será praticamente impossível controlar a forma como essas tecnologias serão aplicadas nas campanhas eleitorais. “Apesar das tentativas de regulamentação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a complexidade da comunicação política atual torna cada eleitor um propagador potencial das campanhas”, afirma Karl.

“Cada pessoa é um instrumento de irradiação de campanha política”, explica Karl, ao recordar que, assim como as fake news, a IA também pode ser usada para manipular a verdade.

Eleições de 2026 e os desafios da comunicação

À medida que se aproximam as eleições de 2026, a competição digital promete se intensificar, especialmente entre a esquerda e a direita. O especialista Magno Karl sugere que a oposição terá uma vantagem considerável, citando que a direita já estabeleceu uma comunicação digital mais eficaz. Por outro lado, a esquerda enfrentará o desafio de justificar um legado que pode ser visto como impopular.

Karl ainda menciona que a “pulverização da comunicação” torna difícil o gerenciamento das informações, e sugere que a educação e o ceticismo dos eleitores em relação ao que consomem na internet podem ser as melhores estratégias para navegar neste ambiente informacional.


Análise das críticas nas redes sociais

  • A pesquisa Quaest revela que o Congresso é o principal alvo de críticas nas redes sociais, com 61% de menções negativas relacionadas ao embate sobre o IOF.
  • As menções ao Legislativo cresceram após a anulação do decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
  • O levantamento abrangeu 4,4 milhões de publicações nas principais plataformas entre 24 de junho e 4 de julho.

Regulação da utilização de IA nas eleições

Com a chegada das eleições municipais de 2024, o TSE impôs novas regras para o uso de inteligência artificial, proibindo o uso de deepfakes e exigindo transparência sobre a presença de IA nos materiais de campanha. Contudo, especialistas como João Ataide advertem que, mesmo com essas regulamentações, a rapidez com que a desinformação se espalha nas redes sociais é um desafio persistente.

“Embora o TSE implemente restrições, a Justiça não consegue agir de forma rápida quando a desinformação se propaga”, ressalta Ataide.

O futuro da inteligência artificial na política

A crescente utilização da inteligência artificial e a produção de vídeos manipulados estão alterando o comportamento dos eleitores e o panorama político do Brasil. À medida que essas tecnologias se aperfeiçoam, a diferença entre o conteúdo verdadeiro e o falso poderá se tornar cada vez mais nebulosa. Nauê Bernardo Azevedo enfatiza a necessidade de as redes sociais identificarem e rotularem conteúdos para proteger os eleitores contra manipulações.

“Precisamos de estratégias que incentivem o uso responsável dessas ferramentas, bem como ações repressivas contra seu uso nocivo”, conclui.

No cenário atual, com a inteligência artificial assumindo um papel central nas estratégias políticas, todos os envolvidos — desde o Estado até a sociedade civil — têm um papel crucial na proteção das eleições de 2026 contra a desinformação e a manipulação.

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